Técnica psicológica aumenta disposição para votar
outubro 19, 2006
Dos estudantes que se imaginaram votando sob a perspectiva de terceira pessoa, 90% informaram ter votado. Em comparação, apenas 72% dos que fizeram a visualização em primeira pessoa foram às urnas.
Libby se disse surpresa com o tamanho da diferença que a perspectiva visual teve no grau de abstenção da amostra. O estímulo da visualização em terceira pessoa foi o mesmo entre os estudantes que declararam apoiar Bush e nos que apoiavam o candidato da oposição, John Kerry. (Estado)
Técnica psicológica aumenta disposição para votar
Dos estudantes que se imaginaram votando sob a perspectiva de terceira pessoa, 90% informaram ter votado
COLUMBUS, EUA - Nos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório, motivar os eleitores a sair de casa e ira até a seção eleitoral é um problema. Estudo realizado pela Universidade Estadual de Ohio, no entanto, mostra que uma simples técnica psicológica de visualização pode ajudar o cidadão a cumprir seu dever cívico.
Pesquisadores pediram que alguns estudantes da Universidade visualizassem a si mesmos votando, no dia seguinte, sob uma perspectiva de terceira pessoa - como se pelos os olhos de outra pessoa, observando, "de fora", o ato de votar. A outro grupo de estudantes, pediu-se que visualizassem a votação em primeira pessoa, vendo o processo com os próprios olhos.
Dos estudantes que se imaginaram votando sob a perspectiva de terceira pessoa, 90% informaram ter votado. Em comparação, apenas 72% dos que fizeram a visualização em primeira pessoa foram às urnas.
"Quando os participantes viram a si mesmos do modo como outros veriam, eles ficaram mais motivados a realmente ir lá e votar", diz Lisa Libby, co-autora do estudo. "A força do resultado é especialmente notável porque o experimento foi conduzido durante a eleição de 2004, quando houve um esforço sem precedentes para mobilizar os eleitores". Ohio era um dos chamados "swing states", Estados onde o resultado da votação era incerto e que poderiam definir o pleito presidencial, no fim vencido por George W. Bush.
Os resultados do trabalho serão publicados na revista especializada Psychological Science.
Na véspera do dia da votação, dos estudantes voluntários responderam a um questionário online e foram instruídos a imaginar que estavam votando, alguns usando a perspectiva de primeira pessoa e outros, a de terceira. Semanas depois, eles responderam a uma pesquisa sobre se realmente tinham ido votar.
Libby se disse surpresa com o tamanho da diferença que a perspectiva visual teve no grau de abstenção da amostra. O estímulo da visualização em terceira pessoa foi o mesmo entre os estudantes que declararam apoiar Bush e nos que apoiavam o candidato da oposição, John Kerry.
Libby diz que as pessoas tendem a pensar em si mesmas como adaptáveis às circunstâncias - uma pessoa pode dizer que não foi votar porque estava ocupada -, mas em ver os outros como portadores de características fixas de personalidade - aquela outra pessoa não foi votar porque é preguiçosa.
A perspectiva de terceira pessoa levou os estudantes a se verem os outros os veriam. "Ao assumir uma perspectiva de terceira pessoa, os eleitores se viram como o tipo de pessoa que supera obstáculos", disse ela. (Estado)
Walter Valdevino Comportamento , Estudo Comentários (0)