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'Fila' no cérebro dificulta ações simultâneas, diz estudo

janeiro 29, 2007

Um "engarrafamento" ocorre no cérebro quando as pessoas tentam realizar duas tarefas simultâneas, mostra uma pesquisa.

Segundo ela, a atividade cerebral fica mais lenta quando se tenta executar uma segunda tarefa menos de 300 milésimos de segundo depois da primeira.

A pesquisa oferece evidências neurológicas de que o cérebro não pode, efetivamente, fazer duas coisas de uma vez. (BBC)

'Fila' no cérebro dificulta ações simultâneas, diz estudo

Um em cada cinco britânicos admitem usar celular ao volante

Pesquisadores nos Estados Unidos descobriram uma razão plausível para a dificuldade que as pessoas têm de fazer duas coisas ao mesmo tempo.

Um "engarrafamento" ocorre no cérebro quando as pessoas tentam realizar duas tarefas simultâneas, mostra uma pesquisa.

Segundo ela, a atividade cerebral fica mais lenta quando se tenta executar uma segunda tarefa menos de 300 milésimos de segundo depois da primeira.

A descoberta, divulgada na publicação especializada Neuron, dá sustentação à exigência de proibição do uso de telefones celulares ao mesmo tempo em que o usuário dirige um veículo, disseram os pesquisadores.

Foi pedido aos participantes que apertassem uma determinada tecla ao usar um computador em resposta a um entre oito sons diferentes e a dizer uma sílaba em resposta a oito imagens diferentes.

Os pesquisadores da Universidade Vanderbilt usaram ressonância magnética para detectar mudanças na oxigenação do sangue do cérebro - uma forma de monitorar a atividade em diferentes regiões do cérebro.

Eles constataram que diversas partes do córtex não puderam processar duas tarefas de uma vez, levando a um "engarrafamento".

Mas quando as tarefas foram apresentadas com um segundo de intervalo, não houve atraso.

O líder do estudo, Paul Dux, disse que trabalhos científicos prévios haviam mostrado que as pessoas têm a limitação de fazer duas tarefas simples de uma vez - um fenômeno conhecido como "interferência da tarefa dupla".

"Nós estávamos interessados em tentar enteder estas limitações e em encontrar onde no cérebro este 'engarrafamento' pode estar acontecendo", afirmou ele.

"Nós determinamos que estas regiões do cérebro responderam a tarefas independentemente dos sentidos envolvidos, eles se engajaram na seleção da resposta apropriada, e, mais importante, eles mostraram que a atividade neurológica faz uma 'fila'."

"A resposta neurológica à segunda tarefa foi um adiamento até que a resposta à primeira fosse completada", acrescentou.

Telefones celulares

Os pesquisadores disseram que o estudo foi especialmente relevante para tarefas que as pessoas têm que desempenhar em um ambiente complexo, tais como pilotar um avião.

Conversar em telefones celulares quando ao volante também é perigoso, dizem, porque os motoristas são bombardeados por informações visuais e muitas vezes e ainda conversam com passageiros.

A pesquisa oferece evidências neurológicas de que o cérebro não pode, efetivamente, fazer duas coisas de uma vez. As pessoas acham seguro utilizar um fone de ouvido ao usar o telefone celular quando dirigem, mas na verdade estão desempenhando duas tarefas cognitivas de uma vez", disse o co-autor do estudo, Rene Marois.

Dux acrescentou: "O custo de tarefas duplas pode ser até um segundo e isto é um longo período quando você está dirijindo a 80 km por hora".

A lei que proíbe o uso de telefones celulares ao volante na Grã-Bretanha deverá se tornar mais rigorosa a partir de 27 de fevereiro, quando motoristas britânicos flagrados terão três pontos adicionados na carteira de motorista e uma multa de cerca de US$ 250.

Uma em cada cinco pessoas admite usar telefone celular ao volante. (BBC)

Walter Valdevino Estudo , Miolos Comentários (0) Comentários (0)