Estudo mostra que ratos são capazes de ´saber se sabem´ algo
março 8, 2007
Ratos que foram confrontados com um ´exame escolar´ só aceitaram fazê-lo se soubessem que suas cahnces (SIC) de passar eram boas, mostra pesquisa. (Estado)
Estudo mostra que ratos são capazes de ´saber se sabem´ algo
Ratos que foram confrontados com um ´exame escolar´ só aceitaram fazê-lo se soubessem que suas cahnces (SIC) de passar eram boas, mostra pesquisa
WASHINGTON - Pesquisadores encontraram evidências de que ratos são capazes de metacognição - em outras palavras, eles são capazes de saber se sabem de alguma coisa. Essa capacidade, que também pode ser descrita como a habilidade de avaliar ou refletir sobre o estado da própria mente, antes só havia sido reconhecida em seres humanos e outros primatas.
A descoberta é descrita na revista especializada Current Biology, pelos cientistas Allison Foote e Jonathon Crystal, da Universidade da Geórgia.
Avaliar a metacognição de outros animais, que não seres humanos, é difícil, por conta da dificuldade em comumicar conceitos abstratos a outras espécies. No caso dos primatas, a dificuldade foi contornada com a apresentação de uma espécie de "exame escolar" aos animais: os que fossem aprovados recebiam uma grande recompensa; os reprovados não ganhavam nada, e os que se recusassem a fazer a prova tinham um prêmio de consolação.
Dessa forma, os animais apresentados ao exame tinham de tomar uma decisão que dependia, em princípio, da capacidade avaliar a própria chance de passar na prova, contra o risco de ficar sem nada e a garantia de um prêmio menor.
A mesma abordagem foi usada com ratos, no novo estudo: durante a fase de"aulas", os roedores forma expostos a ruídos curtos (de 2 a 3,6 segundos) e longos (4,4 a 8 segundos). No "exame", eles tiveram de classificar novos ruídos em uma das duas categorias, "longo" ou "curto".
Antes da prova, os animais tiveram a escolha de fazer ou não o teste, tocando uma de duas aberturas com o focinho. Se ele abandonasse a prova, ganhava um pouco de comida. Se entrasse no exame, veria duas alavancas, uma representando "ruído curto" e a outra, "ruído longo". A escolha da alavanca correta gerava uma grande recompensa. A alavanca errada não dava nada.
Pesquisadores descobriram que, quanto mais difícil a discriminação da duração do som - por exemplo quando a prova envolvia um sinal de curto de 3,6 segundos, ou um sinal longo de 4,4, que facilmente poderiam ser confundidos - mais os ratos optavam por não se submeter. Além disso, o número de erros aumentou com a elevação da dificuldade de discriminar entre os sons, e ainda mais quando a opção de evitar o teste era retirada, e os ratos eram forçados a fazê-lo.
Os cientistas concluem que esses dados indicam que os ratos são capazes de discriminar a probabilidade de passar no exame. (Estado)
Walter Valdevino Comportamento , Estudo Comentários (0)