Cientistas britânicos gastam R$ 366 mil em biscoito perfeito
abril 4, 2007
"O que fizemos foi criar uma fórmula matemática e um modelo computacional que deve assumir essa responsabilidade e garantir que, independentemente da qualidade dos ingredientes, os biscoitos sempre saiam iguais." (Estado)
Cientistas britânicos gastam R$ 366 mil em biscoito perfeito
Dinheiro foi empregado na criação de uma fórmula matemática e um modelo computacional que auxiliam na produção das bolachas, reduzindo os erros
LONDRES - Cientistas do Reino Unido levaram três anos e gastaram pelo menos 91 mil libras (cerca de R$ 366 mil) para encontrar a receita do biscoito perfeito.
A aparente "extravagância" tem uma explicação: trata-se, na verdade, de uma extensa pesquisa com o objetivo de ajudar a indústria alimentícia a otimizar sua produção e reduzir o desperdício de alimentos.
"O consumidor quer seus biscoitos sempre com a mesma cor e textura", disse à BBC Brasil Bronek Wedzicha, chefe do Departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade de Leeds, e líder da equipe de pesquisadores. "Para isso, até agora, toda fábrica confiava inteiramente nas habilidades do operador dos fornos industriais para evitar que toneladas do produto fossem jogadas fora."
"O que fizemos foi criar uma fórmula matemática e um modelo computacional que deve assumir essa responsabilidade e garantir que, independentemente da qualidade dos ingredientes, os biscoitos sempre saiam iguais."
Críticas
A notícia da realização da pesquisa gerou críticas na imprensa britânica, já que parte de seus custos foi financiada pelo governo.
"O que essas pessoas (que criticam) não entendem é a engenharia por trás da produção de um biscoito na indústria", rebateu Wedzicha. "É muito diferente de assar um biscoito em casa, onde você pode controlar melhor a qualidade dos ingredientes e a temperatura do forno."
"Em uma fábrica, onde se produzem milhares de biscoitos por minuto, qualquer segundo a mais ou a menos pode fazer com que toda a produção acabe no lixo."
O modelo computacional gerado pela Universidade de Leeds analisa os ingredientes disponíveis e o resultado desejado para ajustar a temperatura dos fornos e o tempo de cozimento.
Segundo Wedzicha, isso vai permitir que os fabricantes simulem novas receitas alterando a quantidade de ingredientes como açúcar, gorduras, aromatizantes e corantes.
O pesquisador disse acreditar que, no futuro, o modelo também poderá ser aplicado em outros tipos de indústrias de alimentos. (Estado)
Walter Valdevino Computadores , Estudo , Terapias Alternativas Comentários (0)