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Ser inteligente não significa ser rico, revela estudo

abril 25, 2007

O pesquisador explica que basta olhar no estacionamento de uma universidade para perceber que a relação entre ganhos e inteligência não é necessariamente válida. "Professores tendem a ser mais inteligentes que a média, mas no estacionamento não dá para encontrar nenhum Rolls-Royce, Porsche ou outros carros caros, muito pelo contrário, há veículos velhos e baratos." (Estado)

Ser inteligente não significa ser rico, revela estudo

Pesquisa é baseada em dados financeiros de 7.403 americanos, que foram entrevistados sobre seus ganhos e problemas pelos quais haviam passado

COLUMBUS, Estados Unidos - Um estudo americano revelou que pessoas com baixos índices de inteligência podem ser tão abastadas quanto alguém que tem inteligência considerada acima da média.

"As pessoas não ficam ricas por serem inteligentes", afirmou Jay Zagorsky, autor do estudo e pesquisador do Centro de Pesquisas Humanas da Universidade Estadual de Ohio.

"O Coeficiente de Inteligência (QI) não tem relação alguma com a situação financeira das pessoas. E ser inteligente não impede passar por situações de dificuldade econômica", disse o pesquisador.

O pesquisador explica que basta olhar no estacionamento de uma universidade para perceber que a relação entre ganhos e inteligência não é necessariamente válida. "Professores tendem a ser mais inteligentes que a média, mas no estacionamento não dá para encontrar nenhum Rolls-Royce, Porsche ou outros carros caros, muito pelo contrário, há veículos velhos e baratos."

O único indicador econômico que o estudo relacionou com a inteligência é que, as pessoas com maiores coeficientes tendem a receber melhores salários que outros.

Enquanto muitas outras pesquisas relacionam os ganhos com a inteligência, o estudo tenta mostrar além dos ganhos de uma pessoa, mas a possibilidade de ela enfrentar problemas financeiros, mesmo sendo muito inteligente.

"Sucesso financeiro, para muitas pessoas, é mais do que ganhar um bom salário", explica. "É necessário constituir um bom patrimônio para não ser afetado pelas dificuldades e ter uma boa aposentadoria."

Pesquisa

O estudo, publicado na versão online do Journal Intelligence, foi baseado em 7.403 entrevistas realizadas com americanos entre 1979 e 2004.

Como medida de inteligência, foi usado um teste de aptidão das Forças Armadas.

Para a pesquisa, os participantes tiveram de responder questões sobre sua situação financeira, ganhos pessoais e três problemas: se eles já haviam "estourado" o limite do cartão de crédito, se alguém havia deixado de pagar algum tipo de conta ou se algum deles já havia ido à falência.

Os resultados mostraram que pessoas que atingiram bons níveis de QI nos testes eram justamente os que ganhavam melhores salários. O teste revelou que cada nível do coeficiente equivalia a ganhos entre US$ 202 e US$ 616 a mais no salário por ano.

Isto significa que a diferença entre a média de ganho entre uma pessoa com QI na média (100) e alguém com QI 130 (apenas 2% da população mundial estão neste nível) é algo entre US$ 6 mil e US$ 18,5 mil por ano.

Quando o estudo relacionou os ganhos totais com a capacidade de se envolver em crises financeiras, pessoas de baixo e médio QI tiveram os mesmos resultados de pessoas com alta inteligência.

Os dados mostraram que a porcentagem de pessoas que haviam "estourado" seus cartões de crédito era superior a 7,7% em pessoas de QI 75 e alcançava 12,1% para os de QI 90. Depois caía para 5,4% em pessoas de QI 115 para subir novamente.

O mesmo movimento pôde ser observado com os que não pagavam suas contas ou haviam falido.

Contudo, a pesquisa não conseguiu relacionar o total de ganhos com a inteligência. Como uma pessoa com alto QI, que ganha mais que as outras, não consegue poupar tanto quanto as últimas? Zagorsky afirma que esse dado não é tão relevante já que, por exemplo, o pagamento de um curso universitário disfarçaria a relação. (Estado)

Walter Valdevino Estudo , Miolos Comentários (0) Comentários (0)