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Só 9% das equipes têm metas claras

abril 30, 2007

A maioria dos funcionários trabalha sem rumo certo. É o que aponta pesquisa feita pela consultoria FranklinCovey com mais de 200 mil profissionais de organizações de 38 países, incluindo do Brasil. (Folha Online)

9% das equipes têm metas claras

ANDRESSA ROVANI
da Folha de S.Paulo

A maioria dos funcionários trabalha sem rumo certo. É o que aponta pesquisa feita pela consultoria FranklinCovey com mais de 200 mil profissionais de organizações de 38 países, incluindo do Brasil.

Pelo levantamento, apenas 9% das equipes de trabalho têm metas claras e mensuráveis --as demais estão à deriva.

"É um número grande de pessoas que poderiam estar produzindo mais para suas empresas", considera o presidente da consultoria, Paulo Kretly.

Para ele, a falta de direção "é um problema das corporações como um todo, e, no Brasil, isso não difere muito."

Parte da responsabilidade é do trabalhador --apenas 14% deles estão focados nas metas mais importantes.

A principal culpada, contudo, é a ausência de comunicação. Os reais objetivos da empresa e o papel do funcionário não são transmitidos com clareza.

Por isso tentar entender o que a companhia espera de cada um é parte do processo.

"O importante é negociar com o líder o que será considerado meta atingida ou superada", aponta a gerente de desenvolvimento organizacional da Novartis, Alessandra Ditt.

Definir expectativas, explica ela, "ajuda a saber como o desempenho será avaliado".

Na Novartis, os objetivos globais são definidos pela matriz suíça. Mas seu processo de comunicação é individualizado. Cada funcionário recebe metas mensuráveis, monitoradas periodicamente pela equipe.

A médica Gabriela Saraiva, 35, faz seu próprio controle, e diz se incomodar quando começa projetos e não os termina. Hoje ela avalia diariamente o que é preciso ser feito e, mensalmente, em que pontos necessita estar mais focada.

Como resultado, conta Saraiva, atingiu ou superou todas as metas do ano passado --e já completou algumas para 2007.

Ela nega, no entanto, que seu intuito seja o de superar os objetivos impostos pela empresa. "Procuro cumpri-los. É importante reavaliar sempre", diz.

Líderes

Para consultores ouvidos pela Folha, as empresas têm dificuldades em fazer suas metas ultrapassarem a barreira dos gestores, e são eles, segundo Paulo Kretly, que falham.

"A raiz do problema é que 70% da falta de execução de tarefas é uma questão de liderança. Existe uma falha dos líderes, que centralizam em vez de delegar", determina.

Roberto Davini, 41, passou pelo oposto dessa situação.

Há cinco anos, recém-contratado por uma agência de marketing para gerir uma equipe, Davini percebeu que seus subordinados tinham resistência a determinados processos.

Ele explica que o grupo sempre reagia de maneira pessimista, e, assim, criava barreiras às metas estipuladas.

"Mudei uma série de normas e mostrei a eles que era preciso acreditar", conta Davini, hoje diretor da Evolution Group. (Folha Online)

Walter Valdevino Estudo , Trabalho Comentários (0) Comentários (0)