Carros inteligentes são tão eficientes quanto os híbridos

Os chamados carros inteligentes, equipados com sensores para prever o fluxo do tráfego, podem ter a mesma eficiência de consumo de combustível que os alardeados carros híbridos, garante um estudo publicado nesta quarta-feira no jornal "Transport Research Part C: Emerging Technologies", publicado pelo grupo Elsevier.

Os carros híbridos, como o altamente popular Toyota Prius, têm motor movido a eletricidade e a combustível fóssil, recursos que são empregados em estágios diferentes do ciclo de direção para gerar economia de combustível.

Os carros "inteligentes", ao contrário, são veículos convencionais equipados com telemática, ou seja, sensores e receptores que trabalham em rede, trocando informações sobre o tráfego à frente a fim de acelerar ou diminuir a velocidade do automóvel, de forma que a viagem seja suave e evite o "anda-pára" que consome tanto combustível.

A tecnologia para telemática de trânsito já existe, mas em vista de questões de segurança e outras que a cercam, só é empregada em uma pequena série de testes. Engenheiros da Universidade de Melbourne, na Austrália, compararam como as duas novas tecnologias se portaram quanto à eficiência do consumo de combustível.

Para fazer os testes, eles usaram como referência um veículo sedan convencional e três diferentes ciclos de direção, configurados para os estilos de vida urbanos australiano, americano e europeu. Segundo eles, a versão híbrida do carro representaria uma economia de combustível de 15% a 25% com relação ao convencional.

Mas esta economia se equiparou quando o veículo de referência foi equipado com telemática básica para prever o fluxo de tráfego em um tempo mínimo de sete segundos à frente, conforme determina o ciclo de trânsito australiano.

Segundo os ciclos europeu e americano, o emparelhamento deste carro com o nível de economia de combustível do modelo híbrido foi alcançado com uma antecipação de previsibilidade de menos de 60 segundos. Se a previsibilidade chegar a 180 segundos, o carro inteligente seria 33% mais econômico do que o modelo convencional.

Em seus cálculos, os autores do estudo incluíram fatores como a presença de carros "não-inteligentes" na rodovia, que impediriam a eficiência desta tecnologia. Segundo os cientistas, os números são uma contribuição útil para o debate público sobre a economia de combustível, que também é uma questão chave na luta contra as emissões de gases-estufa.

De acordo com seu estudo, se redes de sensores simples e eficazes podem ser instaladas em cidades e carros, os interessados os benefícios da economia de combustível se perguntarão sobre as vantagens de se comprar carros híbridos, em vista de seu preço elevado. (Terra)