Ver os amigos 'vale um salário de R$ 30 mil', diz estudo
maio 2, 2007
Uma pessoa que ganha R$ 3,3 mil e encontra com freqüência os amigos para uma conversa despreocupada é tão feliz quanto outra que tem salário dez vezes mais alto e sacrifica sua vida social, concluiu um estudo conduzido na Grã-Bretanha. (BBC)
Ver os amigos 'vale um salário de R$ 30 mil', diz estudo
Pesquisa sustenta que felicidade vai além da dimensão financeira
Uma pessoa que ganha R$ 3,3 mil e encontra com freqüência os amigos para uma conversa despreocupada é tão feliz quanto outra que tem salário dez vezes mais alto e sacrifica sua vida social, concluiu um estudo conduzido na Grã-Bretanha.
Analisando os dados de uma enquete com 8 mil britânicos em todo o país, a pesquisa se propôs a “colocar etiquetas de preço em amigos, parentes e vizinhos”, para concluir que, se for possível comprar felicidade, ela tem um alto preço.
“Os resultados mostram claramente que um aumento no nível de envolvimento social equivale a dezenas de libras adicionais por ano em termos de satisfação de vida”, conclui o autor da pesquisa, o especialista em Economia Aplicada a temas de felicidade Nick Powdthavee.
“Aumentos de renda, por outro lado, trazem muito pouca felicidade.”
O estudo foi conduzido no Instituto de Educação, da Universidade de Londres, e será publicado no próximo da revista científica Journal of Social-Economics.
Felicidade
O pesquisador analisou as respostas de 8 mil britânicos que responderam sobre seus hábitos sociais e analisaram seu grau de felicidade.
A média de renda da amostra foi de 10 mil libras esterlinas por ano – cerca de R$ 3,3 mil por mês.
Mas pessoas que tinham este salário e viam seus amigos quase todos os dias se mostraram tão felizes quanto as que ganhavam 95 mil libras por ano – mais de R$ 31,5 mil – e nunca ou quase nunca se encontravam com seus amigos.
Vê-los um par de vezes por mês traria tanta felicidade quanto ganhar 67 mil libras por ano – mais de R$ 22 mil por mês, calculou o economista.
Já encontrá-los uma ou duas vezes por semana seria tão prazeroso quanto contabilizar R$ 26,5 mil todo mês (69,5 mil libras a cada ano).
Mas Nick Powdthavee ressaltou que os ganhos de felicidade resultantes da convivência social são mais duráveis que os resultantes de aumentos de salário.
“As atividades sociais tendem a requerer nossa atenção enquanto elas estão sendo vivenciadas, e portanto o prazer decorrente delas dura mais tempo na memória”, escreveu ele.
“Renda, por outro lado, está em um segundo plano. Normalmente, nos acostumamos rapidamente à idéia de que estamos recebendo um determinado pagamento no fim do mês.”
Casamento
O estudo calculou também o ‘valor’ de eventos como o casamento e a separação.
Nos cálculos de Powdthavee, noivos podem sentir-se à vontade para gastar até cinco vezes a sua renda anual – no caso britânico, 50 mil libras esterlinas ou R$ 200 mil – em seu casamento. Esse foi o valor da felicidade calculado pelo pesquisador.
Separar-se, entretanto, pode ser tão devastador quanto perder 14 anos de salário – 139 mil libras esterlinas ou R$ 550 mil, segundo o estudo.
O valor de uma demissão é apenas um pouco maior que isso – 143 mil libras ou R$ 570 mil.
Powdthavee disse que os dados deveriam levar os trabalhadores britânicos a repensar suas prioridades.
“As pessoas estão cada vez mais se dedicando ao trabalho. Se isto as ajuda a ter maiores salários, também leva à deterioração de laços sociais e familiares, que são muito mais importantes para o seu bem-estar”, ele afirmou.
O estudo confirmou ainda a percepção geral de que nada é mais importante na vida que saúde.
De acordo com a pesquisa, sofrer de uma doença séria equivale a ver escorrer pelo ralo 480 mil libras esterlinas, ou quase R$ 2 milhões – suficiente para comprar uma boa casa em um bairro de classe média alta de Londres. (BBC)
Walter Valdevino Comportamento , Enxaqueca , Trabalho Comentários (0)