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Uma vez eu vi uma entrevista de um jazzista americano (não lembro o nome dele, infelizmente) no Jô Soares, na qual ele comentava o processo de academização que o jazz passou nas últimas décadas (apesar de a entrevista ser no Jô, ele conseguiu explanar bem seu ponto de vista, hehe). Segundo ele, trata-se do mesmo processo que a música erudita passou anteriormente: chegou ao meio acadêmico, e de estilo musical essencialmente popular transformou-se em objeto de estudo universitário.
Naturalmente, isso distanciou o jazz do público, das "pessoas comuns". E elitizou ao extremo um estilo que havia nascido tão popular - filho do blues e do ragtime, expressão artística dos negros americanos. Tanto que hoje os estilos precursores do jazz, como o swing, são considerados de importância menor (sendo, inclusive, considerados apenas estilos precursores do jazz, hehe).
Deve ter surgido aí a piada que o Hilton sempre conta quando o assunto é jazz: um homem assiste a um show de jazz e pergunta a si mesmo "mas afinal, do que eles riem tanto?". Importante aqui considerar outro fator fundamental nesse processo: a evolução e a necessidade de fazer o novo. O jazz precisava constantemente se renovar, afinal, é o estilo da liberdade e da inovação por excelência. Isso certamente contribuiu para que o jazz fosse ficando cada vez mais "maluco", mais incrível para quem entende de colcheias e compassos amalgamados. E mais chato para quem quer apenas ouvir uma boa música.
Como acontece a todas as coisas que ganham razão demais, o jazz ficou entediante.