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- Ah, mas o cliente é quem sabe do negócio dele. Ali está a vida dele! Se o cara diz que é inadequado, então é!
Por partes: se fazer pepino em conserva, por exemplo, é o negócio dele, fazer propaganda é o meu. E se ele me contrata, precisa confiar no meu trabalho, afinal ESSA É A MINHA VIDA. Outra: se o cara que aprova é o dono da empresa (o que justificaria a frase "é a vida dele"), já temos um problema. Afinal, se eu tenho que ser profissional e "parar com essas piadinhas", ele precisa ser também e contratar profissionais especializados, estruturando um bom departamento de marketing, e não submetendo os layouts ao criterioso olhar e bom gosto da esposa dele.
Um anúncio nada mais é do que alguém dizendo alguma coisa para outro alguém por algum motivo e de um determinado jeito.
O cliente decide, em geral, três partes desse processo (o quê? para quem? porque?). A agência não consegue autonomia sequer para a sua fatia (que seria o jeito de dizer). Mas, claro, é a gente que não sabe respeitar o negócio do cliente. Claro, nós que não somos profissionais. Afinal, profissionalismo envolve usar terno, ter cara séria e usar termos pernósticos, eufêmicos e demagógicos.