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Minha já tradicional sessão de cinema dos sábados à tarde na Casa de Cultura foi preenchida hoje com Seabiscuit. O filme, que está correndo por fora na disputa do Globo de Ouro (o que, considerando-se a temática jóquei da película, acaba sendo um trocadilho) fez sucesso nos EUA (por aqui foi meio escanteado pelo público e pelas salas de cinema). Parte desse sucesso deve-se, com certeza, a presença da Grande Depressão como elemento costurador da trama. O filme é, aliás, um daqueles que pode ser catalogado na categoria "drama de hollywood clássico": bom tecnicamente (graças ao profissionalismo que há por lá), boa fotografia, direção de arte, etc; uma bela trilha incidental orquestrada; bons atores e uma história (bem contada) que fala sobre uma pessoa (ou grupo de pessoas) que supera alguma adversidade e consegue vencer - nada mais americano.
No caso de Seabescuit, a adversidade é o Crack da Bolsa. Não vou falar mais pra não estragar pra quem não viu, mas uma coisa preciso comentar. É interessante ver que o cavalo Seabescuit e seu jóquei Red (vivido por Tobey Maguire) foram bastante populares nos anos 30. Tudo porque representavam a vitória frente aos obstáculos que a vida impõem. Eram doses de otimismo para a grande massa de americanos que estava desempregada e/ou havia perdido quase tudo.
Quanto a interpretações, eu destacaria o Chris Cooper. Não que ele esteja espetacular - como estava em Adaptação - mas ele vive um papel bem difícil. Quer dizer, eu, leigamente, acho que viver papéis de pessoas sisudas e de pouca expressão facial é mais difícil do que interpretar personagens que permitem caretas e gesticulações exageradas.