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Golo


Revivendo momentos da minha tenra infância, fui ao jogo do Passo Fundo sábado.
Curioso ver que o tempo passou e muitas coisas mudaram na terrinha, mas os jogos do tricolor* do Planalto Médio seguem iguais: torcedores pitorescos, eventos bizarros em campo, futebol varzeano e, claro, os picolés de nata do Super Gígio (uma famosa lenda da minha infância sustentava que os garotos que vendem esses picolés costumam tirar provinhas dos produtos, reembalando-os depois - verdade ou não, meu picolé estava mesmo com um fio de baba na ponta).
Aliás, outra coisa que não muda é o PLANTEL do Passo Fundo. Existe um círculo de atletas que está sempre circulando pelo Vermelhão da Serra. Acho que pelo menos 5 jogadores que estavam em campo são do tempo que eu ia ver os jogos, há uns seis anos.
Deve ser por isso que o time continua ruim. O XV poderia ter goleado com facilidade, não tivesse esbarrado no gleiro Tigre e em sua própria incompetência. Bom, ao menos isso mudou aqui no Planalto: a equipe agora tem um pouco de sorte, o que já é um grande feito para um time famoso por deixar escapar vitórias e classificações de maneira insólita - o Barrichello dos campos, digamos.
Nas arquibancadas, pouco mais de 500 palpiteiros prestigiaram o evento. Percebam: mais uns 300 torcedores dando pitacos ali e teríamos uma Fabico inteira empurrando os atletas locais.
Cansado de tanta opinião vinda de todos os lados, cheguei a imaginar um agente coerçor de palpites. Institucionalizado, seria patrocinado pelas federações de futebol e tudo mais. Assim, através de um sistema de auto-falantes, os torcedores teriam suas opiniões cobradas publicamente:

"Atenção senhor careca e usando camiseta do Bangu. Viu o que acontece se o lateral avança como o senhor estava pedindo? A equipe fica sem cobertura e leva gol"

Uma voz tétrica, sem emoção, com a frieza que a situação pede. E o torcedor pensaria muitas vezes antes de ficar palpitando sobre o que não sabe - ou pensa que sabe.


*o Passo Fundo não é mais tricolor. Abandonou o verde, que lembrava o Gaúcho, eterno rival, e agora é só branco e vermelho.