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Na hora de tricotar


Existem algumas coisas no mundo que nascem predestinadas ao fracasso total. Em geral, um ser humano, ainda que pouco dotado de capacidade de raciocínio, consegue percebê-las e evitá-las com razoável eficiência. Por exemplo: não conheço ninguém que ache uma boa idéia passear em meio aos camelôs do centro com uma camiseta "Eu amo a SMIC", ou pelo Festival de Cinema de Gramado com uma "Volta Embrafilme"*.
Ainda assim, às vezes essas situações surgem inevitáveis, e aí só resta aguardar o desfecho lamentável chegar, com todo o seu instransponível poder de constranger.

Pois foi o que me aconteceu ontem. Estava eu bem tranqüilo na festa de lançamento do site d´As Patrícias, sorvendo as deliciosas especiarias servidas no evento e brincando de achar homens heterossexuais no lugar - uma gincana bem divertida em uma festa de moda, acredite ("Ali, ali, acho que aquele não é gay! Olha, ele nem enruga o queixo.").
Mas eis que, do nada, um holofote aponta contra meu rosto. Inebriado pela luz alva e dolorosa, fiquei completamente sem reação por uns dois segundos, tempo mais do que suficiente para que ele se aproximasse. Sim, Tatata Pimentel estava lá e veio me entrevistar:

- Mas o que é isso que estás comendo?
- É um caldo tailandês.
- Comendo caldo com pauzinho?

Cabe eu fazer um imenso parênteses aqui.

Se conversando com alguém com quem não possuo muita intimidade já sou um fracasso, imagina quando trata-se de um completo desconhecido, para um programa de tevê e sob o calor de uma luz cegante.
É obvio que eu não tinha uma boa resposta pra dar. Nada cool e bacaninha surgiu na minha mente, o que, aliás, não me surpreende em nada.
O que eu sempre invejei no James Bond não foi as mulheres que ele pega, os carros que dirige ou a vida que leva, mas sim as tiradinhas muito espertas que ele sempre lança para o vilão-que-queria-dominar-o-mundo, mesmo em situações em que sua morte parecia eminente.
Tudo que eu queria naquela hora era responder algo inteligente e mordaz ("Tu gosta de seres humanos com pauzinhos, por que não posso gostar de comer caldo com eles?"), virar para o garçom e pedir um martini com vodca, batido, não misturado. Porém:

- Ah, é que tem partes sólidas aqui também.

Como eu disse lá em cima, era previsível que terminaria assim.
Só espero que isso nunca mais se repita.

*Menezes, Eduardo.