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Começo a perceber o crescimento de um saudável movimento contra a prática contínua de exercícios físicos ou, ao menos, contra uma prática, digamos assim, mais institucionalizada deles.
Não tenho a menor dúvida de que em 15, 20 anos o hábito de permanecer horas em uma academia expelindo suor por todos os poros será visto como algo completamente nocivo. Centros de reabilitação para viciados em anilhas serão abertos, publicitários ganharão dezenas de prêmios com suas campanhas impactantes sobre o tema, o Jornal do Almoço fará uma reportagem-denúncia sobre o problema das crianças abandonadas que se viciam em fazer supino à exaustão nas ruas sujas do centro.
Aos poucos, as academias serão fechadas. A prática de exercícios será proibida, muito embora um bom número de pessoas continue a realizá-la nos becos e nas festinhas da juventude. Entrar num banheiro de academia e encontrar um jovem fazendo tríceps inclinado será cena comum.
Como tudo que se torna ilegal, exercícios físicos serão uma atividade muito lucrativa. Trazer anilhas do Paraguai em fundos falsos de malas ou engolir malhas de ginástica será uma tentadora oportunidade de conseguir dinheiro fácil.
Os grandes traficantes, por sua vez, não serão mais homens de estatura mediana que usam bigode, vestem robes coloridos horrorosos e bebem uísque sentados na beira da piscina enquanto tamborilam com seus grossos dedos os grandes seios de uma loira oxigenada. Mas serão piores: vestirão malhas justas, comerão açaí e admirarão trapézios e adutores bem delineados de garotas másculas.
A bem da verdade, será tudo pior do que hoje. Como tudo que é ilegal, a malhação vai ganhar um certo glamour breguinha que cativará toda a classe média a se mexer ainda mais. Consola saber, ao menos, que o remix de Carruagens de Fogo vai parar de ecoar incessantemente pelas cercanias das academias. Querem fazer ginástica, façam, mas respeitem o direito das pessoas de bem de seguirem no ócio físico e na sonolência absoluta.

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Sou muito a favor de caminhadas, preciso me trair e dizer. Porém, só caminhada com objetivo. Pra ir trabalhar, pra ir na padaria, fazer a pé um caminho que faria de modo motorizado, essas coisas. Ou ainda subir pela escada e deixar o elevador de lado.
Enfim, já disse.