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Canela com pimenta


Lirismo e poesia funcionam como ímãs para mim em qualquer tipo de arte. Em cinema, mais do que em qualquer outra. Assim como uma canção sempre me parece mais bonita quanto mais bela for sua melodia, um filme que sabe jogar com elementos poéticos é automaticamente superior e mais interessante.
Dentro do espectro de possibilidades de classificação, o filme lírico e poético está sutilmente colocado entre o piegas e o cru. Não vale ser Patch Adams. Mas também não vale ser filme iraniano. Qualquer filme que aspira ser duro, seco, direto e áspero naquilo que mostra, já começa mal, pois parte do pressuposto de mostrar uma história, e não de contá-la.
Tempero da Vida, filme grego que está em cartaz aqui em POA, cumpre consideravelmente bem sua missão e consegue se encaixar delicadamente entre os extremos citados. Apesar de exagerar no sentimentalismo em alguns momentos, é um bom filme lírico e poético.
As relações que estabelece entre momentos da vida e pratos e, especialmente, momentos da vida e temperos, constróem uma sólida estrutura onde os personagens conseguem deslizar suavemente uma mistura bem dosada de humor e drama.
Situações inusitadas, como o Mal de Parkinson que vai e vem das mãos de uma das tias, combinam-se com a complicada e traumática relação do personagem principal com seu avô, o que, em última análise, reflete a metáfora principal do filme: a utilização de temperos adocicados em pratos salgados.
A melhor maneira de se avaliar se um filme é lírico e poético se dá no final. Se, ao rolar dos créditos, um leve sorriso alinhavar-se no seu rosto, pode ter certeza, é um deles.
Foi assim que saí do cinema após ver Tempero da Vida. Sorrindo, e com uma imensa vontade de comer comida árabe.