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Arigatô até o É O Tchan cantava


Dentro do universo publicitário, os anúncios e comerciais feitos por alguns países do oriente, como o Japão, por exemplo, são famosos pelo seu caráter meio absurdo e sem sentido. Claro, isso sob o nosso ponto de vista. É fato conhecido – e óbvio - que os japoneses entendem tudo.
Porém, confesso que fiquei surpreso ao perceber que anúncios voltados ao público surf, em muitos casos, seguem a mesma lógica.
Na saída do show do Cake, estavam distribuindo exemplares da revista Fluir e Fluir Girl (ou algo assim), o que, diga-se de passagem, ainda me parece uma ação com público-alvo meio desfocado.
É bem verdade que eu fiz questão de levar uma pra casa, mas bem mais pelo meu fascínio por brindes de qualquer natureza do que por qualquer outra razão (pausa: dei sorte, a revista vinha com um chaveiro em forma de prancha – excelente brinde que nunca usarei).
Carol também garantiu a dela, e juntos, já em casa, ficamos a folhear as brochurinhas.
Editorialmente, já foi um esforço compreender do que se estava falando. Uma das reportagens mostrava um casal de surfistas e o modo como enfrentavam os problemas que tinham um com o outro – como o fato de ela ter RABEADO ele certa vez.
Rabeado? Será que isso quer dizer que ela traiu o cara (o que parece bem sugestivo)? Ou será que ela queimou o arroz? Esqueceu de pagar a conta de luz, de repente?

E a coisa piorou muito nos anúncios. Eu poderia jurar que estava olhando uma publicação da terra do sol nascente.
É bem verdade que a produção, e mesmo as idéias em si, não eram lá essas coisas, mas isso não desculpa totalmente.

Um dos anúncios, por exemplo, trazia a seguinte configuração:

Uma foto de uma mulher pegando onda, ocupando quase toda a página. Por cima dessa foto, uma outra, presumivelmente da mesma mulher, recortada no contorno de seu corpo. Porém, nesta, ela úculos, boina e segura uma câmera, daquelas com cabo, tipo as antigas câmeras de super-8.

Procuro um texto para entender. Há apenas o nome dela, escrito umas dez vezes, umas por cima das outras, sabe?, aquele efeitinho e tal, e o logo, que também não diz nada, nem ao menos o que está sendo vendido.

Se me dissessem que era de uma marca de quimonos eu acreditaria.