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Ainda que óbvia e piegas, não deixou de ser bonita a experiência que vivi ontem.
Saí do trabalho por volta das 20h, quando uma garoa pinicante caía sobre a cidade, e comecei a caminhar a distância de cerca de oito quadras que me separava do ponto de ônibus, sem guarda-chuva.
Na metade do percurso, a chuva se intensificou, e muito. Parecia que eu estava andando em meio a uma quantidade interminável de barbantes transparentes pendurados no céu.
De início, tentei me esgueirar sob marquises, árvores, qualquer espécie de teto, mas logo percebi que não daria muito certo.
Parei em um bar, disposto a esperar alguns minutos para ver se o volume d´água diminuía. O trecho restante até a parada era exatamente o mais desprotegido de todos. Com aquela chuva eu me ensoparia certamente.
De fato, em pouco tempo, a tempestade abrandou, ainda que continuasse a chover forte.
Impaciente que sou, parti assim mesmo, correndo.
Uns 100 metros adiante, finalmente percebi que era uma luta vã: eu já estava encharcado e ainda tinha um bom caminho por percorrer.
Não me revolvei, não esperneei, não bati pé. Apenas parei de correr e aceitei a chuva.
Desisti do ônibus e fui caminhando até em casa (para quem conhece Porto Alegre, o percurso: Borges, Duque de Caxias, Independência, 24 de Outubro, Doutor Timóteo, Pará, esquina com são Pedro. Quanto dá isso em quilômetros, alguém sabe?).
Foi prazeroso, mesmo. Só ficou um pouco complicado lá perto de casa, quando a camiseta ficou muito pesada de água e os braços ficaram duros de frio.
Aproveitei a longa caminhada para pensar. E perceber, na prática, que aceitar o inevitável é a melhor maneira de acabar com o sofrimento.