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Sentindo o rosto e o corpo mais quentes do que o normal, faço um esforço enorme e levanto da cama para ir falar com minha tia, mãe de dois filhos e, portanto, especialista em questões febris. Percorro os passos que me separam dela com o máximo de cuidado possível, evitando que meu estômago balance, se irrite e resolva mandar de volta o almoço. Já são sete da noite passado, e desde o início da tarde a sensação de ter uma melancia na barriga, somada a um torpor e sono gigantes, me acompanha.
Por causa desses sintomas, aliás, saí um pouco mais cedo do trabalho e não quis enfrentar o caminho de volta pra casa a pé, como habitualmente faço (não que andar de ônibus enjoado seja menos desagradável. Além do balançar, sempre tem alguém conversando sobre um assunto nojento, que invariavelmente inclui palavras como catarro, hepatite e ferida).
- É, parece estar mais quente sim - afirma minha tia ao tocar minha testa e bochechas com as costas da mão - Vamos ver com o termômetro.
37.8 de febre. Comento dos meus sintomas com ela e descubro que sou o sexto habitante da casa a apresentá-los (incluindo hóspedes, não moro num albergue). No trabalho, algumas outras vítimas. Parece ser mesmo a mais nova onda do verão de Porto Alegre.
Tomo um paracetamol e volto pra cama, único lugar onde o sofrimento parece ser suportável.
Aos poucos o enjôo vai passando, a febre também. Na madrugada, para compensar, surge a maior azia de todos os tempos, com lambidas de fogo percorrendo todo meu esôfago como relâmpagos.
Para aplacar a dor, uma garrafa do uísque dos enjoados: soro sabor laranja.
O dia amanhece e pareço melhor. O vírus deve ter ido procurar outra vítima.