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Toda vez que assisto um filme argentino fico me perguntando a mesma coisa: como pode o cinema brasileiro ser tão constrangedoramente ruim?
É impressionante. O último castelhano que vi, por exemplo, poderia perfeitamente ter sido rodado aqui: a história de um grupo de pessoas que perde o emprego com o fechamento de uma linha de trem e de como suas vidas são reviradas por isso. Desemprego, medidas desesperadas, crime, prostituição, tentativas de recomeçar a vida, desamparo estatal, tudo muito Brasil. E está tudo lá. E, ainda assim, o filme é bom. Como pode?
Simples: não é na temática que o nosso cinema desanda, é na forma. A impressão que me dá é que nenhum cineasta nacional fica satisfeito enquanto cada plano, cada cenário, cada diálogo não estiver totalmente indigno.
- Não, não, esse quarto tá muito digno, bota mais mofo ali. E esse ator, cadê as perebas no rosto dele que pedi?
Pode falar muito palavrão. Mas precisa ser cuspindo?