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Aconteceu esses dias, durante uma aula de Seminário de Literatura e Comunicação, ministrada por Paulo Seben.
Enquanto esperava os alunos chegarem, o professor resolveu realizar mais uma vez seu famoso exercício-brincadeira. Um aluno diz uma palavra e o seguinte diz a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando escuta a palavra dita por seu colega. Um exercício de associação de idéias, enfim, que pode ser esquematicamente representado pela seguinte estrutura:
Aluno 1: X
Aluno 2: X me lembra Y
Aluno 3: Y me lembra Z
E assim sucessivamente.
Íamos já pela terceira ou quarta rodada quando uma menina anuncia:
- Tal coisa me lembra homem gostoso - e entrega uma bomba nas mãos do seu sucessor.
De fato uma situação complicada para o jovem que vinha depois dela. Cercado por quarenta estudantes de comunicação famintos por uma piada, o garoto tinha que dar seqüência ao jogo com muita habilidade e astúcia. Qualquer palavra mal interpretada poderia significar o fim da sua dignidade.
E tudo isso em frações de segundo. Velocidade é um fator intrínseco à brincadeira.
- Homem gostoso...hm...homem gostoso... - balbucia titubeante.
E, decidido, proclama:
- Homem gostoso me lembra sunga.