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Naquele tempo distante e quase inabitável em que não existia e-mail, as professoras eram as grandes responsáveis pela propagação de boatos e pela promoção do caos desnecessário.
No colégio, certa vez, uma tutora de Educação Artística afirmou que o rosto do Paulo Santana é desse jeito de tanto ele mascar chiclete. Segundo ela, a mandíbula dele gastou de tanto degustar a borracha e, numa cirurgia para corrigir o desajuste, um problema com a anestesia desfigurou tudo de vez.
Não se pode negar que é um ótimo argumento para evitar a goma de mascar na sala de aula. Muito melhor do que o prejuízo para a concentração que o chiclete causaria nos pupilos, outra alegação freqüente nas salas de aula.
Um suposto mal que o chiclete traria ao estômago também era uma arma seguidamente acionada. A genial justificativa científica era a de que, ao mascar a goma, o estudante enganava o estômago, que interpretava a mastigação como sinal de que vinha comida por aí e lançava seus ácidos digestivos. Como descia apenas saliva, os ácidos ficavam a machucar o mondongo. A ciência a serviço da opressão escolar me fascina.
Isso sem falar, claro, no clássico dos clássicos: a menina que rompeu a artéria renal se chocando contra uma quina do quadro-negro (naquela parte utilizada para apoiar o apagador) durante um empurra-empurra entre os alunos. Teve menos sorte que o Santana, não resistiu aos ferimentos.