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Sempre que um jogador de futebol dá uma bicicleta em um jogo, alguém - em geral o comentarista ex-jogador mediano - profere:
- É, na verdade foi uma meia-bicicleta.
Ou "isso foi uma puxeta" ou "eu acho que ele escorregou, caiu e chutou a bola no ar sem querer".
Seja o que for, o cara dá um jeito de retirar o chute da categoria bicicleta e rebaixar para finalizações de categoria (nos dois sentidos da palavra) inferior. E aí ficam todos conjecturando e filosofando sobre a definição de bicicleta e a bicicleta ideal, perfeita - que, pelo visto, nunca ocorre.
Nessas horas me lembro que quando eu era criança ficava procurando nos filmes a voadora perfeita: um vôo alto e imponente, com uma das pernas acompanhando a linha do horizonte a outra dobrada, com o pé junto ao joelho da perna esticada.
A procura durou até o dia que o Sub Zero brasileiro surgiu.