Insanus
alexandre
bensimon
bituca
bruno
cardoso
carol
cisco
cove
daniel
firpo
gabriel
hermano
menezes
nova corja
parada
träsel
vanessa
Blogroll
3 vozes
alliatti
anna martha
antenor
bibs
bulcão
carine
conjunto comercial
dani
diego
g7+henrique
iuri
jousi
lima
lu
madureiras
marcia
mirella
nego
patrício
rodrigo
soares silva
solon
tams
A questão central e mais importante da minha vida atualmente é o tiozinho vendedor de mapas que fica na esquina da 24 de Outubro com a Olavo Barreto Vianna. Complexa, múltipla e fascinante, ela tem me feito pensar tanto que a eletricidade gerada no meu cérebro está fazendo Itaipu parecer uma pilha Rayovac.
São tantas as possibilidades que não consigo organizar meu raciocínio textualmente, de modo que dividi o post em itens:
- Um camelô de mapas contraria a principal lei do comércio (a saber: as pessoas só compram artigos muito úteis e urgentes, ou muito inúteis e desnecessários). Salvo alguém perdido nas redondezas, no país ou no planeta (um punk em pleno 2007, por exemplo), quem precisaria de um mapa? E não precisando, quem levaria um objeto assim, difícil até de carregar, por impulso consumista?
- O mais incrível é que o tiozinho, um senhor magro, calvo, com tez bronzeada pelo trabalho e nariz protuberante, está ali há muito tempo, demonstrando que seu empreendimento é, no mínimo, um relativo sucesso.
- Tem mais: vejo ele seguidamente no Moinhos Shopping ao meio-dia, sentado em um banco, com os mapas no colo, dando a entender que não apenas vende mapas em uma nobre esquina de Porto Alegre como tem bala na agulha para almoçar por pelo menos 10 Reais.
- Em perfeita adequação com o comércio e habitantes do local, é totalmente blasé. Nunca vi ele gritar "ó o mapa!", "bem enroladinho no atílio, freguesa!" ou "vale um tesouro, hein?". Passa o dia em silêncio, esperando ser abordado.
- Qual será o mix de produtos dele? Mapas municipais? Mundi? De estados brasileiros? Artísticos? Será que existe algum tipo de sazonalidade nas vendas? Por exemplo: pico de vendas de mapas de Cuiabá e Roraima quando Grêmio ou Inter disputam a Copa do Brasil.
- Já vi ele acompanhado de um garoto. Filho? Criança pervertidamente seduzida pela mágica dos mapas? Assistente? Herdeiro?
- Talvez tudo seja apenas o disfarce de um grande golpe. Não podemos esquecer que, com lábia, um mapa qualquer pode ser vendido como um desenho que leva até algo muito valioso que se perdeu: a fortuna da família Matarazzo, a dignidade do Dedé Santana, o show do Arcade Fire em 2005, etc. E, claro, um mapa é um tubo onde muita coisa pode ser escondida.
Queria encontrar essas respostas. Alguém sabe como se chega lá?