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Embora seja um notável ato de polidez e nobreza, tem alguma coisa no hábito de manter o celular permanentemente no silencioso que me agonia. Na verdade, não é o estar no silencioso em si, mas o ato de atender um celular que não tocou - ao menos não pra mim. Não sei se é a possibilidade de ser surpreendido por um alô do nada, cruzando uma conversa, ou se é a confusão mental de não saber se a pessoa atrás de ti no elevador está puxando papo ou é apenas uma doida varrida que fala sozinha.
Na verdade, deve ser a soma de tudo isso. Atender um celular que não tocou é uma quebra grave no protocolo. Telefones são atendidos porque tocam, e assim sempre foi até o surgimento do celular. O toque está para o telefone assim como aquela vinheta cheia de teclados está para o Plantão da Globo. Ele é a representação musical de "ó, alguém em algum lugar distante quer falar comigo, de modo que precisarei interromper nossa conversa um instante", "alguém quer falar comigo, logo, começarei a falar aparentemente sozinho em breve" e, claro, "atende essa porra de uma vez que prendi meu dedo na ratoeira que tu deixou na gaveta".
De toda forma, fica um consolo: cada vez que um celular não toca é uma chance a menos de ouvir o tema do Friends em midi.