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O mais bacana deste filme é o seu CHARME. As locações, os figurinos, os galãs e GALOAS, a trilha (incluindo uma versão de Sentado à Beira do Caminho, do Roberto) e, claro, o modo como transforma o crime numa artimanha que poucos mestres podem executar (clichezão: violência com glamour).
Mas ele tem ainda duas virtudes interessantes. A primeira delas é o roteiro. Não este roteiro especificamente, mas esse estilo de narrativa. Se os golpes projetados na tela podem ser praticados por poucos, é preciso também ter inteligência para acompanhar, como espectador, o seu desenrolar. É uma artimanha antiga, mas sempre eficiente: envolver o público fazendo com que se sinta tão inteligente quanto os protagonistas da trama. Afinal, quando dizemos que um determinado filme tem um roteiro inteligente, estamos também enaltecendo nossa capacidade intelectual de ter acompanhado o raciocínio de quem criou a película.
A segunda virtude é o fato de o filme ser um deleite estético. Sim, tem relação com o já citado charme, porém, é mais do que isso. Aqui valem também os aspectos mais técnicos do filme: a boa direção de arte (fontes primorosas), a utilização de recursos antigos do cinema - como o zoom ou a ligação entre cenas se formando aos poucos (tem nome pra isso?) - e o mais fascinante deles, cortes dentro do mesmo plano.
E vale a pena repetir: que trilha boa.
Sempre que possível, viaje ao entardecer. A luz do sol poente manchando os campos verdes é uma cena de rara beleza.
Lembre-se de colocar uma música bonita para ouvir nessas horas. Entenda: não uma música boa, uma música bonita - "boa" e "bonita" não são necessariamente a mesma coisa. Recomendo Baden Powell ou qualquer excerto de Peer Gynt.
O ideal é estar de ônibus (de carona com um motorista silencioso também vale), para aproveitar o máximo a visão. Corra os olhos pelas folhas das árvores como se eles fossem o vento que as balança.
E seja humilde o suficiente para sorrir quando o mundo te provar que a vida é bonita, mesmo sem fazer sentido algum.
Bom 2005 a todos.
No final do século XIX, um escravo milionário norte-americano de nome desconhecido, habitante do Delta do Mississipi, resolveu conhecer a metade sul da Linha do Equador em seu iate. Quando costeava o litoral brasileiro, a embarcação teve problemas e ele teve que atracar no litoral catarinense.
Como o conserto do iate ia levar algumas semanas, o fidalgo acorrentado resolveu aproveitar o tempo parar conhecer a região. Durante a viagem, acabou indo parar no recém fundado município de Orleans, região sul do estado. Lá, conheceu o trist, estilo de música tradicional da região. Cantado por violeiros surdos, o trist versava sobre toda a tristeza, angústia e sofrimento de ser catarinense.
Em seus diários da época, o negro escreveu: “que música extraordinária, que lamento! Eu não chorava tanto desde que fui açoitado por três dias ininterruptos”. Ficou tão fascinado que, ao regressar, fundou nos EUA a cidade de New Orleans, e divulgou na região a música que conhecera em sua viagem. Agora batizado de blues, o estilo musical tornou-se uma das maiores contribuições artísticas norte-americanas para o mundo.
É difícil mesmo competir com os americanos.
Existe uma escala de dificuldade que define minha vontade na hora de conhecer novos autores/artistas. Pegando os três tipos de arte mais presentes na minha vida - música, literatura e cinema - fica simples entender meu raciocínio.
Ouvir um cantor ou banda que me é desconhecido exige pouco de mim (estou falando apenas de exigência de atenção, concentração e tempo, não estão sendo conseiderados fatores como deslocamento até um local específico ou dificuldade de acesso à obra). É algo que posso fazer tomando banho, dirigindo ou mesmo trabalhando.
Já o cinema tem exigência média na escala. Pede concentração total sim, mas em duas horas, em média, está tudo resolvido.
Livros sim são complicados. Demandam tempo e concentração em níveis altíssimos. Creio que dispensa maiores explanações.
Tudo isso para falar da minha má vontade com os escritores atuais/da nova geração. Entenda, não é demérito deles. É culpa do meu medo de arriscar.
Se a literatura me exige muito e coisas como ler até a página dez e desistir estão em desacordo com minha personalidade, só me resta ir nos CONFIRMADU: clássicos e livros recomendados por mais de três pessoas de gosto não-duvidoso. O Código Da Vinci? Jamais. Obras do Nick Hornby? Nem por decreto do imperador. Etc.
Exceção mesmo só abro pra Adriana Lisboa. E só porque vi no ESPORTE ESPETACULAR o Diego, atacante que jogava no Santos, DECLAMANDO TRECHOS DO LIVRO DELA (???). Pois é.
Não quero adiantar como será o novo layout do blog, e nem é por querer fazer surpresa ou algo assim. É mais pra garantir que ele saia como imaginei desde o início. Claro, sugestões são sempre bem vindas, mas um turbilhão de idéias me deixaria muito confuso, prefiro evitar.
Ok, darei um TEASER: o novo layout tem uma ilustração minha tão feio, mas tão feio. Só meus pais haviam conseguido me fazer com equivalente feiúra, e isso já faz 22 anos.
A mudança começou. já estou no Insanus. Aos poucos, vou ajeitar as coisas aqui e eliminar as outras lá.
Com o tempo tudo se resolve. Com tempo tudo se resolve.
"O difícil se faz agora. O impossível demora um pouco mais."
Comecei a mudança. A partir de agora, Mujique responde por este endereço aqui:
http://www.insanus.org/mujique
Peço a todos a gentileza de alterarem seus links. Esta sede aqui ainda vai existir por algum tempo, mas apenas como redirecionador.
Não estranhem a nova moradia. O layout ainda é provisório (agradecimentos ao Gabriel), não há links nem arquivos. Tudo questão de tempo. Pouco ou muito tempo é o que ainda não sei.
Dicas para um fim de ano melhor.
Problema: churrasco de família para mais de 30 pessoas, tudo por sua conta. Como reduzir os custos?
Solução: Mais simples do que parece. Comece servindo as pessoas com petiscos baratos (pão com alho e lingüiça - erroneamente denomidada de salsichão por muitos -, por exemplo). Bastante salada também ajuda. Com fome, as pessoas comem o que aparecer.
Evite servir carne mal passada. Ela é menos fibrosa e suculenta, ou seja, as pessoas vão comer muito mais do que se ela estivesse ao ponto.
Estamos aqui para servir.
Com o fim de ano, chegam também as listas de melhores e piores. Depois do surgimento dos blogs, então, todo mundo resolve dar seus pitaquinhos aqui e acolá.
Como a minha relação espaço-temporal não é das melhores, e eu não sei exatamente quando assisti determinado filme ou ouvi certo cd, abdicarei do meu dever bloguístico de listar minhas opiniões e gostos aqui. Afinal, não quero correr o risco de colocar entre os melhores de 2004 um cd que foi lançado em 2003, por exemplo.
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Falando em relação espaço-temporal, curioso é o andamento que os anos adquiriram pra mim. Embora pareçam cada vez mais rápidos em um sentido absoluto (em outras palavras: nossa, ontem mesmo era 2003), cada vez mais os fatos que aconteceram há pouco tempo me parecem distantes. Sem dúvida isso acontece pelo grande número de viradas, mudanças e reviravoltas que tenho passado (um exemplo ilustrativo: quatro empregos esse ano). A mudança constante da realidade ao meu redor afasta o passado para mais longe do que deveria estar. É simples de entender até: assim que me acostumo com a nova realidade, parece que tudo sempre foi assim, e o passado recente ganha um ar de long time ago.
Minha banalidade filosófica me fatiga.
Se eu ganhasse vinte reais por hora de trabalho (ou seja: R$ 160 por dia, R$ 3200 por mês) seria uma pessoa um pouco mais feliz. Não muito, uma vez que feliz mesmo eu seria se existisse o box com dvds de todas as temporadas do Chaves e do Chapolin para vender (se não tem isso pra comprar, de que me serve o dinheiro?), mas um tanto mais do que sou agora, certamente.
Porém, se eu ganhasse vinte reais por hora para ficar me fingindo de fã dos funcionários da BrasilTelecom, seria bem mais feliz do que sou. Que divertido aquilo. Bem disse o Paraíba: "se eu tivesse um blog faria um post sobre esta noite". Ele não tem, mas eu tenho. O Gabriel também tem. Por isso, tanto eu quanto ele estamos relatando a bisonha noite de segunda-feira em nossos PERIÓDICOS VIRTUAIS.
É, foi isso que a gente fez segunda: saímos do nosso marasmo, até então emplastadamente acomodado nos bancos verdes da Fabico, e fomos, a convite do Celso, fingir que éramos fãs do pessoal da BrasilTelecom. Gritos, pedidos de autógrafos, frases de incentivo. Tudo hilariantemente improvisado. Até o Hilton se soltou lá (sim, cara, tu ficou bem menos mistery man depois dessa).
E, no fim, ainda ganhamos cerveja, refri e salgadinhos, devidamente servidos no porão catacúmbico da Acqua (foi em frente dela que tudo aconteceu).
Alcançamos tal grau de eficiência como fãs escandalosos que vizinhos atordoados com o barulho atiraram pedras em nós. Fomos tão eficientes que se não fosse a rouquidão e a dor nos pés eu cogitaria mudar de profissão.
Eu só não reclamo de ter que levantar cedo nos sábados porque esse é o fato que possibilita e torna ainda melhor a minha já sagrada siesta das tardes nesse dia.
Onteontem, porém, nem tudo ocorreu como o previsto. Levantei cedo, sim, movido pela certeza de que seria a última vez que precisaria fazer isso (este ano). Mas ao retornar ao meu doce lar, fui surpreendido por uma estranha movimentação nos arredores de casa. Rua fechada, barracas, será uma feira? Não dei muita bola e subi pra casa.
Quando eu já estava deliciosamente pegando no sono, uma voz ecoando em caixas de som me acorda. Escuto por alguns minutos. Jesusamado. É a festa natalina da Associção de Moradores do São Geraldo e Navegantes. Ou, como eles diziam, "a segunda edição do Natal 2004". Fiquei tão apavorado com a possibilidade de ter uma festa popular movida a pessoas falando em caixas de som acontecendo embaixo da janela do meu quarto que, por alguns momentos, cogitei a possibilidade de eles estarem programando uma série de festas natalinas.
"Será que semana que vem vai ter a ´terceira edição?´", pensei, ainda atordoado pelo sono.
A voz no microfone, então, chama um humorista e animador ao palco. Deus, que medo. Ser obrigado a ouvir piada ruim à distância sem poder reagir.
Mas ele até que era contido. Anunciou as atrações do dia: grupos folclóricos, gincanas, Sandy cover, Roberto Carlos cover. Pior do que sofrer é saber de antemão que o sofrimento ainda vai durar muito tempo.
Entendam que o som estava há uns 70 metros da minha janela, que fica distante apenas 3 andares do solo. Não tinha escapatória, em qualquer parte da casa se ouvia tudo. Sair dela não estava nos meus planos também. Preguiça.
Neste momento, passou pela minha cabeça ligar o computador e fazer uma transmissão real time dos acontecimentos da festa aqui no blog. Mas a preguiça cavou um abismo intransponível nos 30 centímetros que separam minha cama do computador.
Tentei dormir. Maçanico no banhado não deixou. Depois vieram danças polonesas. Boas músicas eruditas, eu diria. Até embalariam um soninho se o maldito animador não entrasse gritando ao fim de cada canção.
Só desisti da soneca quando anunciaram a Sandy cover. "Ela é linda, talentosa e MANDOU UMA REPRESENTANTE SUA PRA CÁ". Gênios, dobrei a espinha pra eles nessa hora. Mas a menina cantava mal, não dava pra suportar. Fui pra sala, onde ouvia um pouco menos o tumulto.
Quando eu voltei pro quarto, umas 8 da noite, a festa estava chegando perto do clímax. A Escola de Samba Praiana estava trazendo o Papai Noel, devidamente acomodado em um destes carros antigões conservados (não me peçam nomes, pertenço aos 2% da classe heterossexual masculina que não entende de carros e surf). O evento seguiu com um show ensurdecedor de samba. Toquei-lhe um Explosions in the Sky bem alto pra competir. E aliviar também.
Finalmente, o Rei cover. Quis descer lá e ver se ele era parecido com o original. Será que também tem perna mecânica e usa uma pena no cabelo? Não sei, tive preguiça de ver.
Umas 23 horas o furdunço acabou. Silêncio, enfim. Pude, então, dar vazão à minha preguiça. E dormir.
Aproximadamente 9 horas da manhã, lá vai o Saulo bem feliz trabalhar. Ao passar pelo viaduto da Duque (o que atravessa a João Pessoa), ele avista um jovem caminhando em direção contrária pelo mesmo viaduto.
Assim como Saulo, o jovem caminha próximo à mureta. Solícito, Saulo afasta-se da mureta, a fim de evitar um confronto com o jovem que se aproxima. Curiosamente, o jovem também se afasta. Saulo volta. O jovem também.
A esta altura, nosso herói, sagaz e astuto como poucos, percebe do que se trata e olha fixamente para o jovem, que ainda está uns 5 metros distante dele. O jovem, então, faz cara de VILÃO DO CIDADE DE DEUS, menciona tirar algum objeto do bolso e diz alguma coisa para Saulo (nota: não tenho a menor idéia do que ele disse).
Demonstrando agilidade e raciocínio MCGIVERÍSTICO ultra-rápido, Saulo corre e contorna o jovem, escapando cinematograficamente do meliante.
Ainda atônito, o jovem assaltante grita, sorrindo:
- Ah, era brincadeira...
Desisto de entender o mundo.
Muito trabalho. Além disso, muito trabalho. Está complicado de achar tempo para postar. Voltaremos ao ritmo normal assim que possível.
*A citação do título tem um segundo porquê: vem aí o show anual da Graforréia Xilarmônica. Imperdível.