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Recentemente descobri uma ferramenta sensacional do Movable Tipe, o programinha de BLOGAGEM que a gente usa aqui no insanus: é possível agrupar e classificar os comments das pessoas. Sim, é isso mesmo. Eu vou lá, escolho um comment qualquer e ele me oferece a opção de agrupar todos os comentários daquele nick, daquele e-mail e, o melhor, daquele endereço de IP.
Ou seja, por mais que a pessoa utilize nicks aleatórios e variados em suas objeções aos posts, eu consigo, na pior das hipóteses, agrupar todos os comments, e saber quem disse o que.
E, bom, quem alguma vez já comentou com seu nome verdadeiro, não adianta fugir, eu sei tudo.
Acho que por isso o Mujique é dos poucos blogs do insanus que ainda permite que anônimos comentem. Além de me divertir com suas intervenções, eles me divertem por achar que conseguem se esconder atrás de um apelido sem sentido qualquer.
Parece que o Arcade Fire vem mesmo pro Tim Festival.
Parece que eu vou mesmo ao Rio este ano.
2005/1 DIREÇÃO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO DE IMAGEM A
2005/1 LABORATÓRIO DE COMUNICAÇÃO GRÁFICA A
2005/1 LABORATÓRIO DE COMUNICAÇÃO VISUAL A
2005/1 PLANEJAMENTO EM PROPAGANDA B
2005/1 PROCESSOS E PRODUÇÃO GRÁFICA A
2005/1 PROGRAMAÇÃO DE VEICULAÇÃO A
2005/1 PROJETO ESP. EM FOTO PUBLICITÁRIA A
Acima, meus conceitos na Fabico nesse semestre que findou agora. É o meu melhor desempenho desde que comecei a trabalhar. Tudo graças a uma boa idéia que tive em março: me dedicar um pouquinho mais para me incomodar bem menos.
E assim vou rumo ao meu objetivo máximo: formatura metade do ano que vem.
Não sei o que os termômetros e o Paulo Borges andaram dizendo por aí, mas, uh, hoje está realmente frio.
É bem verdade que, como de costume, não estou adequadamente agasalhado, mas não é a primeira vez que visto pouca roupa neste inverno, e, no entanto, é a primeira vez que sinto as mãos gélidas, os pés endurecidos e chicotaços de frio percorrendo as costas em intervalos regulares de tempo.
Levantar hoje foi especialmente doloroso. Meu quarto é, definitivamente, uma câmara fria. Vou aconselhar minha tia a guardar aqueles alimentos nojentos que ela traz do interior por ali.
Não, pensando bem, não farei isso. Não quero minhas roupas penduradas entre tripas de morcilha.
Cartazes, muitos cartazes aqui. Tem de vários lugares, mas os russos e soviéticos, claro, sempre dominam.
Esses dias constatei uma vantagem muito interessante de se ter um blog: o registro permanente das idéias e pensamentos.
Para quem sofre de apatia social e tem pavor de discussões polêmicas e intermináveis, é um recurso fabuloso.
Imagine, imagine: estou lá, numa pizzaria, com alguns amigos. Se algum integrante menos sensível da mesa, frustrado com a ausência de figo na pizza califórnia, resolver, num ímpeto monstruoso de crueldade, puxar algum assunto desagradável, já tenho como me defender e escapar ileso:
Amigo insensível: Vocês viram aquele jovem texano que impediu seu pai de ver a final do Superbowl na TV e foi condenado à pena de morte?
Amigo bem disposto a falar sobre qualquer tema polêmico: Horror, né?
Eu: Escrevi o que penso sobre pena de morte e Superbowl no meu blog, vocês leram? Bem, tá lá nos arquivos, só procurar. Acho que está logo depois do post sobre qual o melhor cachorro-quente da cidade - e, virando para o garçom - Me traz mais uma dessas com sorvete?
Ontem eu levei 0,0036 segundos pra reconhecer um clipe d´O Rappa.
Tinha um texto na Veja da semana passada falando sobre a possibilidade de viajar no tempo. Segundo a matéria, o passeio seria possível a graças a estruturas que encurtariam o caminho da viagem (tinha um nome divertido como “caminho de minhoca”, ou algo assim, mas não tenho mais a revista aqui e fico devendo).
A princípio, tive um pouco de dificuldade para entender exatamente o raciocínio dos cientistas, como, em geral, ocorre quando o assunto é cósmico ou molecular, duas grandezas que tenho dificuldade imensa de mensurar – e acredito que não sou o único.
Porém, consegui captar tudo muito claramente quando me ocorreu uma metáfora bastante cotidiana para mim. (É bem possível que o raciocínio e a comparação estejam totalmente errados, mas, quem se importa?)
Logo que vim morar em Porto Alegre, decorei nomes e percursos de algumas vias principais. Assim, eu conseguia habilmente me locomover entre dois pontos quaisquer seguindo por essas ruas.
Claro está, porém, que isso significava tomar caminhos que nem sempre eram os mais curtos, embora muitas vezes eu sequer tivesse essa consciência.
Por exemplo: se eu tivesse na Cristóvão e resolvesse ir até a Rodoviária a pé, faria o seguinte caminho. Cristóvão – Alberto Bins até o Viaduto Conceição – desce até a Rodoviária.
Mal sabia eu que bastava dobrar à direita ali nas proximidades do Shopping Total (ou fábrica da Brahma, na época) e, tcharan, eu estaria lá, conforme o desenho nos mostra:
A linha tracejada mostra o caminho A, bem mais longo. Já a linha contínua B mostra o caminho mais curto.
Viajar no tempo é fazer o caminho B enquanto todo o resto da humanidade faz o A.
Lirismo e poesia funcionam como ímãs para mim em qualquer tipo de arte. Em cinema, mais do que em qualquer outra. Assim como uma canção sempre me parece mais bonita quanto mais bela for sua melodia, um filme que sabe jogar com elementos poéticos é automaticamente superior e mais interessante.
Dentro do espectro de possibilidades de classificação, o filme lírico e poético está sutilmente colocado entre o piegas e o cru. Não vale ser Patch Adams. Mas também não vale ser filme iraniano. Qualquer filme que aspira ser duro, seco, direto e áspero naquilo que mostra, já começa mal, pois parte do pressuposto de mostrar uma história, e não de contá-la.
Tempero da Vida, filme grego que está em cartaz aqui em POA, cumpre consideravelmente bem sua missão e consegue se encaixar delicadamente entre os extremos citados. Apesar de exagerar no sentimentalismo em alguns momentos, é um bom filme lírico e poético.
As relações que estabelece entre momentos da vida e pratos e, especialmente, momentos da vida e temperos, constróem uma sólida estrutura onde os personagens conseguem deslizar suavemente uma mistura bem dosada de humor e drama.
Situações inusitadas, como o Mal de Parkinson que vai e vem das mãos de uma das tias, combinam-se com a complicada e traumática relação do personagem principal com seu avô, o que, em última análise, reflete a metáfora principal do filme: a utilização de temperos adocicados em pratos salgados.
A melhor maneira de se avaliar se um filme é lírico e poético se dá no final. Se, ao rolar dos créditos, um leve sorriso alinhavar-se no seu rosto, pode ter certeza, é um deles.
Foi assim que saí do cinema após ver Tempero da Vida. Sorrindo, e com uma imensa vontade de comer comida árabe.
Mais um fato para comprovar minha posição de que o Galvão Bueno é a única coisa que presta no futebol.
Digam o que quiserem, ele me diverte. Só consigo ver um jogo inteiro quando ele está narrando.
Começo a perceber o crescimento de um saudável movimento contra a prática contínua de exercícios físicos ou, ao menos, contra uma prática, digamos assim, mais institucionalizada deles.
Não tenho a menor dúvida de que em 15, 20 anos o hábito de permanecer horas em uma academia expelindo suor por todos os poros será visto como algo completamente nocivo. Centros de reabilitação para viciados em anilhas serão abertos, publicitários ganharão dezenas de prêmios com suas campanhas impactantes sobre o tema, o Jornal do Almoço fará uma reportagem-denúncia sobre o problema das crianças abandonadas que se viciam em fazer supino à exaustão nas ruas sujas do centro.
Aos poucos, as academias serão fechadas. A prática de exercícios será proibida, muito embora um bom número de pessoas continue a realizá-la nos becos e nas festinhas da juventude. Entrar num banheiro de academia e encontrar um jovem fazendo tríceps inclinado será cena comum.
Como tudo que se torna ilegal, exercícios físicos serão uma atividade muito lucrativa. Trazer anilhas do Paraguai em fundos falsos de malas ou engolir malhas de ginástica será uma tentadora oportunidade de conseguir dinheiro fácil.
Os grandes traficantes, por sua vez, não serão mais homens de estatura mediana que usam bigode, vestem robes coloridos horrorosos e bebem uísque sentados na beira da piscina enquanto tamborilam com seus grossos dedos os grandes seios de uma loira oxigenada. Mas serão piores: vestirão malhas justas, comerão açaí e admirarão trapézios e adutores bem delineados de garotas másculas.
A bem da verdade, será tudo pior do que hoje. Como tudo que é ilegal, a malhação vai ganhar um certo glamour breguinha que cativará toda a classe média a se mexer ainda mais. Consola saber, ao menos, que o remix de Carruagens de Fogo vai parar de ecoar incessantemente pelas cercanias das academias. Querem fazer ginástica, façam, mas respeitem o direito das pessoas de bem de seguirem no ócio físico e na sonolência absoluta.
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Sou muito a favor de caminhadas, preciso me trair e dizer. Porém, só caminhada com objetivo. Pra ir trabalhar, pra ir na padaria, fazer a pé um caminho que faria de modo motorizado, essas coisas. Ou ainda subir pela escada e deixar o elevador de lado.
Enfim, já disse.
Hoje a Veja me fez rir por quase três minutos, tornando as lágrimas inevitáveis.
Tudo por censurar o nome do livro do García Márquez todas as vezes que ele aparece escrito na reportagem sobre a volta do escritor à ficção.
Memórias de Minhas P... Tristes
Só faltou colocar um blur na foto da capa do livro.
Acabando com a exclusividade do Firpo:
João Paulo, meu irmão caçula, seis meses comemorados ontem.
Sim, sim, ele tem olhos azuis.
Pequenos fatos relevantes dos últimos dias, em forma de textinhos precedidos por um traço:
- Sábado minha mãe fez sopa de feijão pra mim. Fazia tempo que eu andava com desejo de comer aquela sopa. Feijão liquidificado, tempero misterioso e macarrão chicoteante, que invariavelmente suja minha camiseta.
- Ontem fui no show da Graforréia, gravação do CD ao vivo. Destaque pra participação do Birck e pra música nova, "Quase 40". Bela, bela.
- Se eu tivesse uma daquelas máquinas de fazer café da Nescafé seria uns 4% mais feliz.
- Comprei fones de ouvido novos. Fiquei espantado com a média de preço do produto na minha pequena pesquisa por aí. Qualquer coisa não-descartável custa mais de trinta reais. Salgado.
No fim, optei por um belo modelo da Philips. Branco com detalhes azul bebê, é daqueles que possuem uma haste de borracha flexível, que proporciona melhor fixação e me permite movimentar o crânio com total liberdade. Mas confesso: me seduzi mesmo pelo item PIPE BASS, tecnologia que, segundo a embalagem, melhora os graves.
Richard Gere dança com seu irmão gêmeo com olhos esticados, o primeiro ministro do Japão.
Apesar de estar longe de ser algo novo pra mim, a interferência de elementos reais em sonhos ainda me fascina. Sempre que acontece comigo, me diverte. Sabe do que estou falando? Quando, por exemplo, o telefone toca, mas, ao invés do barulho te acordar, ele entra no sonho de maneira completamente aleatória? Pois então.
Essa noite, por exemplo, dormi com as costas nuas e, ao menos por algum tempo, descobertas. Claro que senti frio. Entretanto, não despertei. Muito pelo contrário: no sonho, guardei um PACOTE DE PRESUNTO FRESCO na mochila que, em contato com minhas costas, provocou uma sensação gélida equânime a da vida real.
Episódio de hoje: o dia em que subi na calçada a 12km/h e atropelei uma menina.
Para entender um pouco como fui capaz de fazer o citado acima, é necessário contar uma outra história:
Quando eu fiz dezoito anos, começaram as pressões familiares para que eu tirasse minha habilitação de motorista. Meu interesse por carros ou qualquer coisa que tivesse relação com eles – o que incluía, naturalmente, dirigi-los – era mais que nulo, era negativo. A famosa relação que habitantes de cidades do interior têm com seus automóveis (e pior: com os automóveis dos outros) tinha provocado em mim uma imensa rejeição a carros, motos, picapes, enfim, ao trânsito.
Porém, eu era um homenzinho, era importante saber dirigir. Carteira de motorista é, afinal, uma grande ferramenta. E eu sabia, era inevitável, mais cedo ou mais tarde eu teria de fazê-lo. “Todos os homens adultos sabem dirigir”, eu pensava. E eu era um homem adulto, ainda que a pouca presença de pêlos ou a cara de guri denunciassem o contrário.
Cedi. Resolvi me habilitar como motorista com o pessoal da República Federativa do Brasil.
Meu avô sugeriu, então, que eu tomasse com ele algumas aulas de direção antes de entrar na auto-escola. Pra chegar lá com alguma noção, essas coisas.
E aqui convém eu contar uma história dentro da história, para que vocês entendam o que a sugestão do meu vô significava:
Seu Moisés, já citado aqui anteriormente, é como se chama meu querido avô paterno. Militar aposentado, foi instrutor de direção durante a II GM, e acho que depois disso também. Com ele, muitos jovens garotos aprenderam a manobrar aqueles jipes verdes. Ou seja, era lógico e natural que ele ensinasse a mim também.
Ocorre que meu avô é famoso na família pelo seu modo peculiar de fazer as coisas. E quando eu digo “as coisas” é pra ser bem genérico mesmo. Para tudo, rigorosamente tudo, ele tem um método próprio, ou algum segredo. Exemplo ilustrativo: para tornar, na concepção dele, sucos e refrigerantes mais saborosos, meu avô adiciona algumas gotas de vinagre. Nas palavras dele, isso é “COMPOR o suco”. E bebe satisfeito, sorrindo e tentando nos convencer de que é uma boa idéia.
É claro que para dirigir não é diferente. Seu Moisés também tem técnicas pouco ortodoxas, como “dar uma beliscadinha no freio” em todas as esquinas, mesmo quando está na preferencial, ou realizar mudanças de marcha através de um conceito complexo que só mesmo ele consegue entender e aplicar.
Mas não, não estou tentando jogar para ele a culpa do acontecido. Estou apenas tentando mostrar, o mais realisticamente possível, o que se passava na minha mente no fatídico dia.
Eu estava aprendendo a dirigir, sem muito entusiasmo, e ainda tinha que filtrar os conhecimentos que meu avô me passava. Era bastante desgaste para mim, acreditem.
Pois com tudo isso na cabeça – acelera, freia, dobra, olha o sinal, dá sinal, olha a placa, vem carro, não vem, será que o que ele disse agora vale?, será que não vale?, lembro de alguém mais fazer isso ao dirigir?, etc. – eu ia conduzindo o Gol CL prata por calmas ruas de Passo Fundo.
Até que estava indo tudo bem, eu já tinha tido algumas aulas e já sacava um pouco da coisa. Poucos erros, nada grave.
Até que eu chego numa esquina, preferencial de outrem, e paro. Olho para os dois lados: nada. Arranco, com a intenção de virar à direita.
Quando estou na metade da execução da curva, avisto uma F 1000, que seguia, a uma velocidade razoável, pela rua em que eu estava entrando, no sentido direita-esquerda.
Eu estava entrando numa rua de mão dupla, teria dado perfeitamente pra fazer a curva direitinho, fechadinha e bonita, enquanto a caminhonete seguiria lá o caminho dela.
Entretanto, assim que notei que, ao contrário do que tinha percebido ao olhar para os lados, tinha um carro – aliás, mais que isso, uma caminhonete – vindo na minha direção, me apavorei todo.
Assustado, não desfiz a curva, ou seja, virei, virei, virei, até chegar ao cordão da calçada. Para meu azar, era uma garagem. Tenho certeza que, na velocidade ridícula que eu vinha, um cordão de calçada teria me parado. Mas na falta dele, segui virando, virando, e subi na calçada.
É claro que, a esta altura, meu avô já dizia “freia! Freia!”. E é claro que eu tentei fazê-lo. O problema é que a adrenalina que corria no meu sangue escondeu o maldito pedal do meio. Procurei, procurei; nada.
Ah, pobre menina. Devia ter os seus 17 anos. Caminhava tranqüilamente de costas para o corrido, sem nada perceber. Do nada, um carro cutuca suas pernas, numa velocidade pífia, capaz apenas de jogá-la ao chão, de joelhos, como de fato ocorreu.
Após BOLICHAR a menina, o carro bateu na grade de ferro da garagem, e finalmente parou.
Rapidamente, desci do carro para acudir a garota. Perguntei se ela estava bem, se queria ir ao hospital.
- Como é que tu conseguiu fazer isso? – Ela respondeu.
- Eu virei, o carro veio, dobrei muito, desculpa, desculpa – respondi.
Ela não estava machucada, mas sim braba, muito braba, e com os joelhos um pouco arranhados.
Um jovem que estava por ali e tinha visto tudo também apareceu. Educado, também ofereceu ajuda, mas não conseguiu segurar o riso frente a tudo que acabara de presenciar.
Não tenho bem certeza, mas acho que também tinha uns garotos de bicicleta por ali, tornando tudo ainda mais constrangedor.
Em pouco tempo, todos perceberam que não era nada demais, e começaram a se dissipar. Primeiro os garotos de bicicleta, depois o jovem solícito, a garota braba, e finalmente nós, agora com meu vô ao volante.
Antes de sair, vi que o portão tinha amassado um pouco com a batida. Não tive coragem de avisar meu vô, que certamente não viu. Eu não tinha coragem nem de admitir a mim mesmo o que tinha acontecido.
Combinamos que aquilo ficaria entre nós. E ficou. Em pouco tempo esqueci, e hoje dirijo sem problemas, apesar de não me considerar exímio motorista, e de sequer ter essa ambição.
Depois desse dia, Seu Moisés passou a andar comigo sempre segurando o freio de mão, para o caso de o freio sumir de novo dos meus pés. Esse hábito durou até pouco tempo atrás. Pode parecer desconfiança, mas prefiro acreditar que era apenas mais um dos hábitos estranhos que ele gosta de cultivar.
Possivelmente eu sou a única pessoa do insanus que não está se divertindo com o mensalão e todas as suas derivações e repercussões midiáticas. A bem da verdade, a única metáfora que consigo estabelecer quando o assunto é política é a de uma imensa sala de aula, com uma garotinha de oito anos lá na frente conjugando oralmente todas as flexões do verbo “roubar”.
- Eu roubo, tu roubas, ele rouba – ela diz, enquanto todos os outros alunos parecem mais preocupados em desenhar caveiras em seus cadernos ou espiar as calcinhas das meninas com espelhos.
Não tenho orgulho da minha apatia política, mas já aprendi a conviver com ela. Infelizmente, uma página de jornal ou revista que trate de política não consegue prender minha atenção por um tempo maior do que o que levo para vira-la.
Prefiro assistir a cobertura do SPFW. Lá tem menos falsidade, no fim das contas.