Insanus
alexandre
bensimon
bituca
bruno
cardoso
carol
cisco
cove
daniel
firpo
gabriel
hermano
menezes
nova corja
parada
träsel
vanessa
Blogroll
3 vozes
alliatti
anna martha
antenor
bibs
bulcão
carine
conjunto comercial
dani
diego
g7+henrique
iuri
jousi
lima
lu
madureiras
marcia
mirella
nego
patrício
rodrigo
soares silva
solon
tams
3º Lugar - Edifício das Casas Webber
Se é verdade que uma imagem vale mais que mil palavras, vamos variar um pouco e começar com uma:
Estonteante, não? Tonteante, ao menos. A paleta de cores totalmente equivocada, o grande bloco disforme na base, de onde nascem os apartamentos, com suas sacadinhas arredondadas, e o belíssimo cruzamento decorativo de uma coluna com uma viga curva, bem na esquina. Que ode ao mau gosto.
Mas vamos por partes (pensando bem, olhe com atenção o detalhe da viga e da coluna antes):
Agora sim: por partes.
É inquietante imaginar o que há naquele grande bloco dos primeiros andares. Um estacionamento seria a mais óbvia hipótese. Grande demais para o porte do prédio. Um depósito, talvez, já que ali embaixo está a casa Webber, tradicional loja de indumentárias gaúchas e pantufas. Nem Passo Fundo deve ter uma demanda tão grande de guaiacas para que precisassem de um lugar daquele tamanho.
Quem sabe é ali que eles guardam o gerador que faz girar o carrossel que o edifício parece ser - reparem no toldinho:
Olhando assim até parece que eles foram construindo, construindo e, quando chegaram lá em cima e perceberam que não ia ter nada pra cobrir a última sacada, colocaram um toldinho de quitanda mesmo.
Fora que, vamos combinar, por mais legal que seja morar num apartamento com sacada (jogar ovos nos pedestres, ampliar a sala nivelando o piso, etc.), é complicado um edifício com sacadas ter uma forma harmônica e bonita. Menos ainda se for uma sacada arredondada, que além de não fazer nenhum sentido com o resto do prédio, tem menos área útil - sala ampliada menor, percebam.
É agoniante também a frustrada tentativa do edifício de criar um padrão em seus detalhes. As janelas são de tipos diferentes em cada parte. E nada mais deprimente que uma janela de banheiro na fachada.
Quer dizer, mais deprimente mesmo, só o prédio todo.
3º Lugar - Edifício das Casas Webber
Pior sacada, pior toldo e piores cores
Fotos, consultoria e júri: Paula Otto
4º Lugar - Doce Mania
A imagem de uma casa de doces como lugar ideal faz parte do imaginário de todos nós desde que João e Maria foram seduzidos por uma e quase viraram ensopado (ou talvez até desde bem antes, se considerarmos que a idéia não deve ter ocorrido ao escritor do conto por acaso). Triste ver que um recanto de sonhos tenha se materializado como pesadelo arquitetônico. E olha que me dói o coração dizer isso, porque a Doce Mania, maior e mais completa loja de guloseimas de Passo Fundo, fez parte da minha infância. Localizada a poucas quadras da minha casa, ela era o fogo que consumia quase toda a minha mesada todos os meses.
O impacto visual de um cubo branco todo retalhado com uma TROLHA vermelha atravessada e coisinhas amarelas penduradas dispensaria explicações. Mas como esse é um concurso sério, sejamos didáticos em nossos argumentos e explanações.
Pra início de conversa, é preciso ter bem claro que encher um objeto supostamente simples de retalhos não faz dele necessariamente mais rico ou bonito. Ao contrário. A menos que estejamos falando de um Mário Botta, alguém que consegue pegar uma forma primária e retalhar com considerável sucesso, é melhor evitar. Podemos chamar isso de um pressuposto sábio na hora de fazer um projeto.
Agora, se a idéia de retalhar um cubo pra deixá-lo mais atraente, chamativo, original e bonito inclui quebrar gratuitamente a esquina, enfiar um falso pilar vermelho nessa quebra e atravessar a fachada com pinceladas de amarelo, por favor, não faça. Podemos chamar isso de raciocínio bípede.
Foi tanto foco e dedicação nesse detalhe central que simplesmente esqueceram do resto. Veja as janelas laterais do segundo andar (não, não as ridículas grudadinhas no pilar vermelho, as outras). Não existe nenhum padrão, lógica ou sentido na disposição delas. Cada uma tem um tamanho, uma proporção, ô lê lê, verdadeira festa.
Observe o cruzamento das vigas brancas, saindo pra fora da estrutura do prédio. Bonito, hein?
Doce Mania - 4º lugar
Piores subtrações, pior trolha e pior esquina
Fotos, consultoria e júri: Paula Otto
5º Lugar - Clube Comercial
O que se espera de um clube que reúne comerciários a não ser que transmita a pujança e o sucesso dos cidadãos da cidade, não é mesmo? Pois está aí o Clube Comercial de Passo Fundo para provar que o mundo dos negócios é mesmo imprevisível.
O prédio em si até seria bem honesto, não fosse a lápide de mármore que ele ostenta na sua fachada. Até data de nascimento tem. E, ao que tudo indica, só não colocaram a data da morte porque não se deram conta de que o clube que deveria ser o mais chique e glamouroso da cidade parece uma tumba.
Como se não bastasse, alguns anos atrás alguém resolveu fazer uma reforma na frente do prédio e incluiu algumas lojas onde antes havia um grande vão. O objetivo é claro: encher a caixa registradora. E o resultado também: cortinas de ferro e logotipos toscos criando uma interferência indesejada e acabando com qualquer possível beleza.
Clube Comercial - 5º lugar
Pior idéia de fachada e pior interferência
Fotos, consultoria e júri: Paula Otto
Atenção: depois de muito trabalho e infinitos preparos, começa hoje à noite a tão esperada série Os Cinco Piores Prédios da Arquitetura de Passo Fundo.
Enquanto o grande momento não chega, alguns esclarecimentos importantes.
- O que é Passo Fundo?
Também conhecida pela alcunha de capital do Planalto Médio, trata-se de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul com aproximadamente 180 mil habitantes. Conta a lenda que os tropeiros, ao passar por lá rumo a São Paulo, espantaram-se com a grande profundidade de um rio bastante estreito que havia na região. Era um passo fundo. E o resto da história não carece contar.
Recentemente, a cidade comemorou seus 150 anos, com direito a Jornal do Almoço ao vivo.
- E por que a arquitetura de lá?
Tanta devoção e dedicação à feiúra merece ser reconhecida. Queremos mostrar ao mundo todo o horror que a soja é capaz de comprar.
- Mas então os prédios lá são piores que no resto do interior e Porto Alegre?
Com algumas exceções pontuais, não. A breguice é generalizada.
- Então por que a escolha?
Praticidade, oportunidade e implicância sentimental.