Parênteses

Gostaria de falar sobre o que aconteceu em São Paulo ontem. Não exatamente da morte do jogador do São Caetano - lastimável, claro -, mas do comportamento das emissoras sobre o fato. Das três que me dispus a acompanhar, a Bandeirantes ganhou o prêmio da noite. Os apresentadores Gilberto Barros e Roberto Cabrini (dos programas Boa Noite Brasil e Jornal da Noite, respectivamente) pareciam umas histéricas qurendo culpar, durante quase duas ao vivo, o médico do São Paulo porque ninguém correu com maldito desfibrilador no momento em que o zagueiro capotou no chão.
Qualquer panaca que acompanhe futebol sabe que exigir isso, não só porque estamos no Brasil, é inútil. Tá, o cara tinha 1% de probabilidade para cair duro no gramado. Mas quem estava ciente deste fato? O quarto árbitro e os enfermeiros do Morumbi é que não. Aí levantam hipóteses de que o motorista da ambulância saiu e trancou o porta. De certo o cara foi mijar, tanto faz. Ele teve de se ausentar do veículo e culpam o cara de trancá-lo em São Paulo.
Enfim.
O pobre do médico do São Paulo teve que se defender de argumentos imbecis como "mas, doutor, na Espanha e na Itália estes equipamentos são utilizados". Esqueceram de dizer que isso acontece sob os mesmos critérios em qualquer outro lugar no mundo. A menos que a telepatia esteja em alta nos gramados da Europa.
Sobre os outros canais, bem: a Globo manteve um tom sóbrio durante a transmissão do futebol e do Jornal da Globo. O locutor só não precisava ter anunciado a morte do cara com uma informação extra-oficial. No Jornal do SBT não falaram nada. Parece que ele é gravado às 20h.
Ah, sim. E na chamada das principais notícias do jornal O Sul, os 35 anos da criação da Internet.

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