“Tô me lixando pra cultura brasileira”

A palestra de ontem (quatro posts pra baixo), definitivamente, foi um sinal dos tempos.

Em poucas palavras, o que aconteceu foi que os “acadêmicos” (Renato Mezan e Cirne e Lima) levaram uma SURRA FENOMENAL da CHINELAGEM SEM CRITÉRIO (Diogo Mainardi e Juremir, seu seguidor gaúcho).

O Mainardi começou a falar dizendo que não sabia direito o que estava fazendo num evento sobre “Arte e cultura em debate” porque estava SE LIXANDO PRA CULTURA BRASILEIRA. O mais sério é que, depois de ouvir a explicação dele, não tem como não concordar. A idéia é a de que cultura no Brasil só existe porque foi o governo que criou, como instrumento de dominação. Tudo começou com o getulismo e depois ganhou mais força durante a Ditadura. É a velha idéia de nação, de povo unido, de futebol, de carnaval, essa merda toda de BRASIL SUADO que não faz o MENOR SENTIDO ainda mais para quem vive no Sul do país.

Segundo o Mainardi, é um absurdo o que o governo faz, patrocinando TODA a “cultura” brasileira, principalmente os filmes. Dá para entender exatamente o que ele quer dizer quando a gente vê que alguém é capaz de fazer uma EXCRESCÊNCIA como esta e como praticamente 99% do resto do cinema nacional.

O Juremir, por sua vez, também TOCOU O HORROR, propondo uma nova religião, o MAINARDISMO (com camisetas “Diogo salva”).

Do outro lado, se apavorando e tentando manter o nível, estavam o Cirne Lima e o Mezan. Filósofos e velhos, aliás. Ficaram o tempo inteiro propondo o SEM SENTIDO, ou seja, que fosse realizado um “debate sério” sobre arte e cultura – como se isso fosse possível -, que piadinhas tinham hora, que o Mainardi analisava as coisas com muita pressa, etc.

Simplesmente não conseguiram entender a ironia do troço todo e muito menos serão capazes de entender que ACABOU TUDO.

É grave a situação: em todos em debates que eu tenho ido nos quais misturam "acadêmicos" com outros chinelos, os acadêmicos sempre levam um pau. Chegou numa situação em que simplesmente não existe mais jeito de discutir NADA seriamente. Eu acho ótimo e importante saber que foi o Baumgarten que criou a expressão "estética" e também sei ler coisas em grego clássico, só que ficar mostrando isso num debate, como fez o Cirne Lima, é o mais grotesco dos pedantismos, ainda mais porque foi - como sempre é - irrelevante. É o velho ranço acadêmico que cansa as pessoas e não leva a nada.

É duro, mas as pessoas não se dão conta de que o Iluminismo já teve a sua época.

Agora, só nos resta uma coisa: MAINARDI PRESIDENTE.

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