Comunas de merda

O cinema Guion da Lima e Silva foi invadido por um bando de maloqueiros dos diretórios acadêmicos da UFRGS.

(Logo abaixo está o manifesto que o Guion enviou hoje por e-mail.)

Essa gente deveria levar uma surra. É esse tipo de gentinha que depois vira José Dirceu, José Genoino e todos os outros que conhecemos muito bem.

O manifesto está escrito em um português bizarro. Acerta em algumas coisas, mas em outras acho que se passa.

Pelo o que entendi, a meia-entrada deve ser lei estadual. A única coisa que achei sobre isso foi este site da UNE, que mostra uma lei de 1993, "Suspensa por Liminar da Justiça". Tentei muito achar alguma coisa nos sites do governo do RS, mas são umas porcarias de sites. Se alguém souber de alguma coisa, agradeceria pela informação.

O que não entendi no manifesto foi essa referência à "lei do idoso (onde burguês não paga)". O que é BURGUÊS? Sinceramente, NUNCA entendi o que significa a palavra BURGUÊS. Gostaria, do fundo do meu coração, que alguém me explicasse. "Detentor dos meios de produção"? O que é isso? E... COMO ASSIM lei do idoso é para BURGUÊS não pagar?

Sobre o "projeto de lei que garantiria meia-entrada a doadores de sangue", realmente: TENHAM DÓ. Não faz o menor sentido. Também não consegui saber quem foi a besta que inventou esse projeto, só achei isto a respeito.

Enfim, concordo com o Carlos, do Guion, que essa invasão seja um absurdo. Como ele disse, o Guion (e vários outros cinemas) oferecem alguns dias da semana com meia-entrada. Por um lado é ruim não ter meia-entrada todos os dias, mas talvez seja de fato isso que garanta que o preço integral seja um pouco mais barato do que em outras cidades brasileiras (mais barato do que Campinas e São Paulo eu sei que é).

"A direção dos Cinemas Guion manifesta sua inconformidade com a invasão de estudantes de diretórios acadêmicos da UFRGS no cinema Guion Center da Lima e Silva, rompendo com a civilidade que a condição educacional dos mesmos exigia.

De megafone e aos berros dentro do hall do cinema exigiam meia-entrada nos cinemas, O QUE NÃO É LEI e, no entanto, cujo desconto vem sendo oferecido espontaneamente pelos cinemas de segunda a quinta.

Repudiamos esta invasão arbitrária que prejudicou sensivelmente o funcionamento dos cinemas e contrasta com os mais comezinhos procedimentos de liberdade.

A atividade cinema vem sendo massa de manobra dos políticos e vive seus piores momentos graças aos achaques e que agora são lei: a lei do cinema nacional, a lei do idoso (onde burguês não paga) e em breve seguiremos os passos de quase todos os estados brasileiros, onde vigora a lei da meia-estrada e o ingresso, obviamente, é mais caro que o de Porto Alegre.

A atividade cinema é uma atividade comercial de iniciativa privada sem nenhum tipo de incentivo (PELO CONTRORÁIO AINDA SOFREMOS EM 2004 UM AUMENTO DE 50% NO IMPOSTO FEDERAL), que não depende e nem pode ser usada de forma tão abusiva por parte do Estado e do poder Legislativo como está sendo. Estava em tramitação na Câmara dos Vereadores de POA um projeto de lei que garantiria meia-entrada a doadores de sangue, que não teve sequer respaldo pelos órgãos interessados de tão esdrúxula que era. Além de preciosidades como cadeiras numeradas e, etc, etc., etc.

Nosso desgosto com a situação atual, de constantes interferências que desvirtuam a atividade comercial, nos levou pela primeira vez em 10 anos a não comemorar o nosso aniversário.

Os cinemas vivem exclusivamente da venda de ingressos.

PEÇAM DESCONTOS EM LIVRARIAS, ESCOLAS, UNIVERSIDADES, FARMÁCIAS, PLANOS DE SAÚDE, que são seguramente mais necessários para suas vidas, que exigirem meia-estrada para acompanhar 90% de filmes comerciais que são despejados pelo mercado americano e nem de perto podem ser associados a cultura.

CINEMAS GUION

Creative Commons License