28 de setembro de 1994

O sentido de armação política fica evidente com o vazamento da "notícia" antes mesmo da revista chegar às bancas. O objetivo mais do que evidente é não deixar Lula sem denúncias "negativas" um dia sequer, usando para esse fim todos os meios, especialmente a calúnia e a difamação.

Em respeito à opinião pública, o PT esclarece:

1 – Em 1992 (...), O PT paulistano fez ampla campanha de arrecadação de fundos, divulgando pelos meios de comunicação e pelo horário eleitoral gratuito o número da conta em que as doações ao partido poderiam ser feitas;

2 – Essa conta bancária recebeu mais de duas mil contribuições. Para que os depósitos fossem feitos na forma da lei: doação de pessoa física e até o limite de 200 salários mínimos, valor que que à época equivalia a cerca de U$ 10 mil. Tentativas de doações em desacordo com o determinado em lei foram devolvidas;

(...)

4 – As ilações feitas pela revista sobre o origem do dinheiro se baseiam tão somente em declarações do sr. Najum Turner [doleiro de PC Farias e um dos mentores da Operação Uruguai] , desmentidas em todos os jornais pelo mesmo Najum Turner.

5 – O senador Eduardo Suplicy e o deputado José Dirceu foram os responsáveis pelo desmascaramento da farsa.

6 – É totalmente absurdo fazer qualquer ligação do PT com o sr. Turner (...);

9 – Não é a primeira vez que o PT é vítima de uma armação política às vésperas de uma eleição (...);

Esse texto faz parte de uma direito de resposta de cinco páginas concedidas ao PT dentro da revista IstoÉ, incluindo a página do editorial. A matéria trata da ligação do PT com um dos doleiros de Fernando Collor. Como sempre, uma farsa enjambrada por Forças Ocultas. Depois do direito de resposta, a IstoÉ publica outra matéria em que mostra o doc do cheque de Turner e o depósito na conta do PT.

Tem tudo para ser mais um problema ao governo e ao partido. Mas um detalhe: a edição número 1.304 da IstoÉ foi publicada em 28 de setembro de 1994. E a mesma edição traz muito mais matérias que poderiam entrar no contexto da crise atual.

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