Por favor, nunca se leve tão a sério

Uma das melhores diversões das duas últimas semanas tem sido acompanhar a briga entre o Diogo Mainardi e o Luís Nassif.

Tudo começou com um comentário do Nassif, criticando o Mainardi por ele ter quebrado a "ética jornalística" ao publicar uma conversa supostamente em off com o deputado José Janene. A resposta veio na Veja da semana seguinte e a coisa não parou mais.

Para que todos possam acompanhar o debate, vou colocar os textos aí embaixo. Começando por cima e descendo: 1) Coluna do Mainardi com trechos da conversa com o Janene e outros; 2) Coluna do Nassif criticando o Mainardi sem citá-lo nominalmente; 3) Resposta do Mainardi na Veja, descendo o cacete no Nassif; 4) Nassif se defendendo na Folha; 5) Coluna do Mainardi na Veja desta semana, colocando mais lenha na fogueira.

Veja

Edição 1917 . 10 de agosto de 2005

Diogo Mainardi

Confie em mim

"Janene: 'Foi o próprio José Dirceu quem encaminhou o PP a Delúbio Soares. Pode colocar a informação numa matéria,
mas sem me citar'"

Telefonei para o senador Eduardo Suplicy. Ele foi um dos primeiros a pedir o impeachment de Collor.

Eu: Não chegou a hora de pedir o impeachment de Lula?

Suplicy: Acredito que não.

Eu: A gente já sabe que o governo Lula, por meio de José Dirceu, deu dinheiro porco a parlamentares, em troca de apoio político. Não é um atentado contra o Poder Legislativo? Não é matéria para um impeachment?

Suplicy: José Dirceu, na Comissão de Ética, afirmou reiteradas vezes não ter sido o responsável pelo pagamento a parlamentares.

Eu: O senhor acredita nele? Alguém acredita nele?

Suplicy: Dou-lhe o benefício da dúvida.

Telefonei para o deputado José Janene. Ele é um dos líderes do PP. Seu chefe-de-gabinete, João Cláudio Carvalho Genu, recebeu um dinheirão de Marcos Valério. Quando aderiu ao governo Lula, o PP tinha 43 deputados. Agora tem 55. Em 1º de junho de 2003, o presidente do PP, Pedro Corrêa, explicou à Folha de S.Paulo que a cooptação de parlamentares era negociada diretamente com José Dirceu: "Ele recebe a mim e ao deputado que está vindo ao partido. Também ajudam o Pedro Henry e o José Janene".

Eu: O senhor nega que o PP tenha recebido propina do governo Lula. Diz que o dinheiro de Marcos Valério foi empregado apenas para pagar dívidas de campanha eleitoral. O pagamento de dívidas de campanha eleitoral fazia parte das negociações entre o PP, os deputados cooptados pelo partido e o ministro José Dirceu em meados de 2003?

Janene: Eu só posso falar sobre o assunto em "off".

Eu: Confie em mim.

Janene: Em primeiro lugar, meu chefe-de-gabinete, Genu, não recebeu tudo isso que estão dizendo. Foram 600.000 reais.

Eu: O pagamento desses 600.000 reais foi negociado com José Dirceu?

Janene: Serei extremamente didático: sim. Foi negociado entre o presidente do partido, Pedro Corrêa, o líder do partido, Pedro Henry, e o ministro da Casa Civil, José Dirceu. Na época, eu só tratava com Marcelo Sereno.

Eu: Foi o próprio José Dirceu quem encaminhou o PP a Delúbio Soares?

Janene: Claro. Foi ele.

Eu: Espero que o PP esclareça esses fatos em breve.

Janene: É o que pretendemos fazer.

Eu: Tem certeza de que não posso publicar nada disso?

Janene: Por enquanto, não. Pode colocar a informação numa matéria, mas sem me citar.

Eu: Confie em mim.

Telefonei para o senador Almeida Lima. Ninguém dá bola para ele. É um erro. Os parlamentares relutam em pedir o impeachment de Lula porque sabem que a população está com nojo deles. Se o Congresso Nacional quer recuperar um mínimo de legitimidade, deve aprovar imediatamente as propostas de emenda constitucional de Almeida Lima. Elas tiram um monte de ladrões da vida pública, reduzindo o número de senadores por estado de três para dois e o número de deputados federais de 513 para 396. Almeida Lima propõe também o corte de 25% das vagas para deputado estadual e vereador, além da abolição dos cargos de vice-presidente, vice-governador e vice-prefeito.

Eu: Em que pé estão suas propostas para a reforma do Estado?

Almeida Lima: Não foram nem apreciadas na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Eu: O senhor pode salvar o Congresso Nacional. Seus colegas parlamentares deveriam carregá-lo nos ombros, com uma coroa de louros.

Almeida Lima: Obrigado.

Eu: Confie em mim.

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Folha de São Paulo

São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2005

LUÍS NASSIF

Os meios e os fins

Há alguma coisa de visceralmente errado na cobertura da CPI do Mensalão. Nem se discuta o mérito do episódio. A cada dia fica mais claro um esquema inédito de controle dos negócios do Estado. Os depoimentos revelaram uma estrutura com cabeça, tronco e membros. E dificilmente o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu escapará da condenação política pela montagem do esquema.
Há muito a apurar no crescimento expressivo das aplicações de fundos de pensão do esquema, desde bancos suspeitos, como o Santos, o Rural e o BMG, até bancos até agora insuspeitos, como o Pactual. Há inúmeros episódios ainda nebulosos e que talvez jamais sejam desvendados.
Mas a sede por novidades, a guerra santa, está reproduzindo o mesmo mal cheiro exalado pela campanha do impeachment de Fernando Collor, na qual, em determinado momento, não se sabia onde a falta de escrúpulos era maior: se nos investigados ou nos investigadores. Se Luiz Inácio Lula da Silva resolveu declarar guerra às elites e à mídia, a melhor resposta é o trabalho sistemático e profissional de apuração dos fatos. Contra a onipotência, as leis; contra a falta de escrúpulos, os limites da ética.
Em nome da guerra santa, não se pode transformar o deputado Roberto Jefferson em figura reverencial. As honrarias que recebeu -convite para palestras sobre reforma política pela Associação Comercial de São Paulo e pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, do largo São Francisco- são episódios vergonhosos. Felizmente o espírito das Arcadas baixou nos alunos que afogaram em uma vaia monumental o homenageado e os insensatos que ousaram convidá-lo.
Jefferson é desertor de um esquema do qual era beneficiário, réu confesso, operador nos Correios e do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil). Pode se habilitar, quanto muito, à delação premiada. Mas virar referência é o fim! Sua alegação para se defender das vaias -de que, pelo menos, não era hipócrita- mostra o estado a que se chegou. Como não era hipócrita se sua admissão de culpa só ocorreu quando foi fritado pelos antigos aliados?
O governo Lula acabou porque os fins justificavam os meios, porque houve abuso no uso do poder de Estado, porque grupos atropelaram normas tácitas e explícitas de governança, de civilidade política. Os meios viraram um propósito tão relevante que, ao final do processo, ninguém seria capaz de dizer claramente a que fins eles serviam.
Para combater a falta de escrúpulos do governo, agora, chega-se a atropelar até valores sagrados da imprensa, como o instituto do "off the record". Em uma coluna, em revista de larga circulação, o autor se vangloria de ter passado a perna em um deputado, prometendo-lhe manter uma declaração em "off" e não cumprindo a promessa.
Os fins justificam os meios. Assim como na campanha do impeachment, está de volta a brigada dos soldados incumbidos de executar os moribundos no campo de batalha, a absolvição de todos os pecadores, desde que estejam alinhados com a causa.

E-mail - Luisnassif@uol.com.br

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Veja

Edição 1918 . 17 de agosto de 2005

Diogo Mainardi

Chega de ética, Nassif

"Um dos patrocinadores do site de Luis Nassif é o BNDES, coincidentemente o maior acionista da Telemar, concorrente direta de Dantas. Não surpreende que um paladino da ética como Nassif tenha defendido a compra, por parte da Telemar, da produtora de fundo de quintal do filho de Lula, Fábio Luís"

Sou um conspirador. Um conspirador da elite. Quero derrubar Lula. Só não quero ter muito trabalho. Quero derrubar Lula sem sair de casa. Quase deu certo na semana passada. Telefonei para o deputado José Janene. Ele reconheceu que José Dirceu comandou o esquema de compra de deputados por parte do governo. Foi a primeira vez que um dos envolvidos nas denúncias do mensalão acusou o Palácio do Planalto de distribuir dinheiro sujo a parlamentares. Janene pediu que eu publicasse a notícia em off, sem citá-lo. Não aceitei. Não sou padre, que ouve confissão calado. Dedurei Janene. O Jornal Nacional procurou-o na segunda-feira, para confirmar o conteúdo da entrevista. Janene preferiu não se manifestar. Como não gravei nossa conversa, o assunto morreu. O maior sucesso de minha atividade como conspirador falhou miseravelmente. Decidi começar a gravar meus telefonemas. Virei o Juruna da imprensa. Gravo tudo no aparelho de karaokê de meu filho. Quero derrubar Lula, mas só vale se for desse jeito: sem sair de casa e com o karaokê da Chicco. Derrubar Lula de qualquer outra maneira seria conferir-lhe um crédito exagerado.

O deputado Janene reprovou minha atitude. Disse que quebrei o código de ética do jornalismo. Outra autoridade em matéria de ética, que se sentiu no direito de me passar um pito, foi Luis Nassif, colunista de economia da Folha de S.Paulo. Ele escreveu: "Para combater a falta de escrúpulos do governo, agora, chega-se a atropelar até valores sagrados da imprensa, como o instituto do off the record. Em uma coluna, em revista de larga circulação, o autor se vangloria de ter passado a perna em um deputado, prometendo-lhe manter uma declaração em off e não cumprindo a promessa". Isso foi publicado na última quinta-feira. Na quinta-feira da semana anterior, Nassif deu um perfeito exemplo de ética jornalística. Num artigo sobre Daniel Dantas, ele reproduziu palavra por palavra, sem citar o autor, uma mensagem enviada a diversos jornalistas por Luiz Roberto Demarco. Demarco não é o que se poderia definir como uma fonte isenta. Pelo contrário: ele está processando Dantas na Justiça, numa ação bilionária. Como se pode notar, Nassif é um jornalista ético, que sabe preservar suas fontes. Ele é tão cioso de sua responsabilidade que decidiu copiar até mesmo os erros de grafia da mensagem original de Demarco, como o nome do presidente da Portugal Telecom no Brasil, Shakhaf Wine, chamado por ambos de Shakaf Wine.

Além da coluna na Folha de S.Paulo, Nassif tem também um site de notícias, que foi financiado com empréstimos do BNDES. Um dos patrocinadores do site é o próprio BNDES, coincidentemente o maior acionista da Telemar, concorrente direta de Dantas. Não surpreende que um paladino da ética como Nassif tenha defendido a compra, por parte da Telemar, da produtora de fundo de quintal do filho de Lula, Fábio Luís. Outro importante patrocinador do site de Nassif é a Odebrecht, cujo fundador mereceu um panegírico apaixonado numa coluna recente. Nassif me deu uma lição de ética. Janene me deu uma lição de ética. Lula afirmou que não existe ninguém mais ético do que ele. Eu não aceito lição dessa gente. O Brasil tem off demais. Tudo o que se faz aqui é em off. Esta não é a hora do off. É a hora de abrir o jogo, de contar tudo, de falar a verdade.

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Folha de São Paulo

São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

LUÍS NASSIF

O caso Mainardi

Em relação à coluna de Diogo Mainardi na "Veja":
1) A Agência Dinheiro Vivo é minha e existe há 17 anos. Tem newsletter, site, um caderno de finanças pessoais com cerca de 100 mil exemplares, serviço em tempo real, programa de televisão, além de promover seminários sobre temas brasileiros e editar newsletters para terceiros.
2) Suas fontes de receita são assinaturas, publicidade e patrocínios. Todos os contratos são públicos, com menção ao patrocinador. Neste ano, a DV foi incluída pela DPZ no plano de mídia do BNDES, ao lado de dezenas de veículos de todos os tamanhos e de todas as partes do país -jornais, revistas, sites, rádio e TV, que têm como foco o cliente empresarial. Foi apenas um mês de patrocínio.
3) Nos últimos três anos, não escrevi uma coluna sequer sobre o anunciante do site, que, segundo Mainardi, teria merecido um panegírico de minha parte. É só conferir o arquivo da Folha que está disponível na internet.
4) Acusa-me de ter copiado um texto da internet, de Luiz Demarco -inimigo de Dantas e que o está processando, entre outras coisas, por apropriação de e-mails-, pelo fato de ter incorrido no mesmo erro de grafia do nome de um executivo da Portugal Telecom. Assim como jornalistas da Folha, da "Veja", do "Globo", da "Carta Capital", recebo periodicamente e-mails de Demarco. Nessa coluna, em especial, utilizei informações enviadas por ele, mas por meio de um e-mail pessoal, não de uma lista. As informações foram checadas por mim em entrevista com o próprio executivo da Portugal Telecom, não foram rebatidas pelo Opportunity, e a coluna saiu na frente com elas. Se Mainardi tem o e-mail pessoal, seria interessante sua fonte revelar como o obteve.
5) Além de não ser verdade, também não tem lógica o argumento de que defendi o investimento da Telemar na empresa do filho de Lula e critiquei o Opportunity pelo fato de o BNDES ser sócio da Telemar, que é "adversária de Dantas". O BNDES não participa do bloco de controle e não tem nenhuma ingerência nas decisões de investimento da Telemar. Pelo contrário, o Opportunity é sócio no capital e em muitos negócios da Telemar, alguns profundamente nebulosos.
6) Mainardi é um dos inúmeros personagens parajornalísticos que existem na mídia. Não são jornalistas, não se assumem como tal, seu papel é provocar e divertir. Em quase todas as publicações, há limites a serem obedecidos pelos showmen, de deixar clara a galhofa, de não enveredar pelo caminho da injúria e da difamação. Os riscos de ultrapassar esses limites não são apenas para as vítimas, mas para as próprias publicações. Daí a necessidade de filtros que impeçam as extrapolações.
7) Explico na prática. Há duas semanas chamei a atenção da CPI para o fato de que a maior parte do dinheiro das agências de Marcos Valério (e de Duda Mendonça) provinha de contratos de publicidade com empresas de Daniel Dantas. O banqueiro manifestou sua irritação, inclusive em cartas à Folha. Na mesma edição em que Mainardi me ataca e também procura vitimizar Dantas, há duas notas no "Radar" que atacam os fundos de pensão pelos gastos com advogados (contratados para defendê-los de Daniel Dantas) e um encarte publicitário de seis páginas da Telemig Celular e da Amazônia Celular -que chama a atenção pelo fato de empresas de atuação regional gastarem pesadamente em uma publicação de circulação nacional, ambas serem controladas por Daniel Dantas e a veiculação ter sido exclusiva na "Veja".
8) O que me impede de estabelecer uma correlação entre os três eventos e supor que estou sendo vítima de uma armação para tentar anular críticas que venho fazendo ao Opportunity? Apenas uma coisa: o de trabalhar dentro de princípios jornalísticos, cujo fim Mainardi decreta em sua última crônica. E esses princípios me indicam que o episódio em questão parece muito mais um caso de falta de gestão editorial da revista sobre seus colaboradores do que uma armação.

Site
O site da Dinheiro Vivo ficou fora do ar ontem devido à ação de hackers, em razão da coluna de Mainardi.

E-mail - Luisnassif@uol.com.br

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Veja

Edição 1919 . 24 de agosto de 2005

Diogo Mainardi
O empresário Nassif

"O empresário Nassif lucra com o patrocínio oferecido por uma empreiteira ao seu site. O jornalista Nassif elogia a empreiteira em sua coluna, citando-a como exemplo de 'gestão inovadora' "

É bom brigar. É um prazer brigar. Prefiro brigar quando não tenho razão. Quando não tenho argumentos. No caso de minha briga com Luis Nassif, colunista da Folha de S.Paulo, estou coberto de razão. Estou cheio de argumentos. Não preciso enfiar dedo no olho. Não preciso recorrer a golpes baixos. Quase não tem graça brigar com ele.

Quem começou tudo foi Nassif. Ele me recriminou porque dedurei uma fonte. Respondi na coluna da semana passada, desmerecendo sua autoridade moral. Na última terça-feira, ele fez a bobagem de retomar o assunto, num artigo intitulado "O caso Mainardi". No artigo, ele me define como um "showman", um parajornalista. Não sei como definir Nassif. Ele é jornalista, mas é também dono de um site de economia. A função de jornalista não é inteiramente compatível com a de empresário. O empresário Nassif lucra com o patrocínio oferecido por uma empreiteira ao seu site. O jornalista Nassif elogia a empreiteira em sua coluna, citando-a como exemplo de "gestão inovadora". O empresário Nassif recebe dinheiro de um banco oficial para seu site. O jornalista Nassif defende o banco oficial em sua coluna.

No artigo da semana passada, acusei Nassif de reproduzir informações fornecidas por uma fonte suspeita. No caso, Luiz Roberto Demarco, que usou Nassif para defender seus interesses contra Daniel Dantas. Nassif copiou integralmente uma mensagem que Demarco mandou a vários outros jornalistas, sobre as negociações entre o banco Opportunity e a Portugal Telecom.

Demarco:

Participaram das negociações pelo lado do Opportunity, Daniel Dantas, Carlos Rodemburg, Artur Carvalho, Veronica Dantas, Francisco Mussnich. Pelo lado da Portugal Telecom, entre outros, Carlos Vasconcellos, o chefe mundial de investimentos da PT, Eduardo Amaral Lyra Neto, ex-presidente da PT Brasil, e Shakaf Wine, atual presidente da PT, e na época advisor de investimentos.

Nassif:

Pelo lado do Opportunity, participaram das negociações Daniel Dantas, Carlos Rodemburg, Arthur Carvalho, Verônica Dantas, Francisco Mussnich. Pelo lado da Portugal Telecom, entre outros, Carlos Vasconcellos, chefe mundial de investimentos da PT, Eduardo Amaral Lyra Neto, ex-presidente da PT Brasil, e Shakaf Wine, atual presidente da PT e na época "advisor" de investimentos.

Para provar que Nassif copiou a mensagem de Demarco sem conferir seu conteúdo, chamei atenção para o fato de que ambos grafaram errado o nome de Shakhaf Wine. Se for para ser implicante, se for para enfiar o dedo no olho, digo que eles grafaram errado também o nome de Carlos Rodenburg. Pior: chamaram o então presidente da Portugal Telecom, Eduardo Correia de Matos, de Eduardo Amaral Lyra Neto. Nassif garante que consultou a Portugal Telecom antes de publicar seu artigo. Duvido. A Portugal Telecom teria corrigido ao menos o nome de seu presidente.

Nassif deu a entender que minha coluna estava relacionada a um encarte publicitário de uma empresa de Dantas, veiculado "com exclusividade" em VEJA. Na verdade, o encarte foi veiculado também pelo jornal Valor, cujo dono é o mesmo da Folha de S.Paulo. A mensagem de Demarco, diligentemente copiada por Nassif, acusa Dantas de usar Marcos Valério para repassar dinheiro ilícito à camarilha que apóia o governo Lula. Nesse ponto – só nesse ponto – o empresário endividado num banco oficial Nassif preferiu ignorar sua fonte. Deve ser uma questão de ética jornalística.

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