Sou filósofa, falo coisas sem nenhum sentido e, mesmo assim, publicam na Folha
Pensadora ligada ao PT afirma que não entendeu a crise e que o governo, ao se assumir como de transição, caiu em armadilha tucana
Folha de São Paulo
São Paulo, terça-feira, 23 de agosto de 2005
ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/OS INTELECTUAIS
Pensadora ligada ao PT afirma que não entendeu a crise e que o governo, ao se assumir como de transição, caiu em armadilha tucana
Às vezes o silêncio é um dever, diz Chaui
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Na abertura do seminário "O Silêncio dos Intelectuais", ontem, no Rio de Janeiro, a filósofa Marilena Chaui, uma das principais pensadoras ligadas ao PT, voltou a se recusar a fazer uma análise da crise do partido e do governo Lula. Evitando as perguntas dos jornalistas, Chaui disse que não escreveu nem deu entrevistas sobre a crise porque ainda não conseguiu compreendê-la.
"Há momentos em que o silêncio é o dever de um intelectual. Pois não se trata de dar opiniões, mas de oferecer uma análise."
Na opinião de Chaui, "é preciso "serenidade" neste momento.
A filósofa não deixou de apontar, porém, o que considerou um "erro de timing" do governo Lula.
"A primeira ação [do governo] deveria ter sido a reforma tributária, para que houvesse distribuição de renda e o Fome Zero fosse possível. Mas a primeira reforma feita foi a previdenciária, a que Fernando Henrique não teve coragem de fazer." Para ela, ao se "assumir como transição, e não transformação, o governo caiu em uma armadilha tucana de que os petistas não se deram conta".
A segunda reforma, segundo Chaui, deveria ter sido a política, já que "o sistema político brasileiro é uma aberração".
"Enquanto não houver reforma política, continuaremos gritando contra a corrupção e o mau-caratismo dos políticos, mas não resolverá nada", disse a professora de filosofia política e história da filosofia moderna na USP.
Alianças
As afirmações mais diretas sobre a crise vieram depois da pergunta de um espectador sobre a aliança do PT com políticos de forças tradicionalmente opostas às do partido.
"Durante anos, o PT foi violentamente criticado por não fazer alianças, já que partido moderno tinha de fazer alianças. Aí ele fez...", afirmou ela, fazendo uma expressão de "deu no que deu".
A filósofa não fez comentários sobre o futuro do PT e seus dirigentes. Sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apenas disse que ele não é um caudilho.
"A marca do caudilho é a solidão, porque ele acredita na força de seu carisma e tem uma relação direta com as massas. Lula vem do movimento sindical, de um partido político, relaciona-se com a sociedade por meio de mediações institucionais, inclusive do Congresso Nacional", disse.
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