Tarso patrola
Não demorou muito para Tarso Genro sair da moita e confirmar as notícias publicadas nos últimos dias a respeito de sua ida para o STF. Como no episódio das Cuecas de US$ 100 Mil que decretou a ruína moral do PT, quando Tarso foi jogado ao alto com vários nomes e caiu como presidente da sigla. É conhecida no meio político sua avidez por cargos de destaque. Sem contar algumas declarações pomposas como: "Se eu for para o Supremo, não serei um juiz do presidente e sim um juiz da Constituição".
Mas dessa vez, há uma diferença brutal: Tarso joga sua sobrevivência política em 2006. Nem os petistas agüentam a sanha de poder do ex-ministro. A cronologia é extensa, mas começar pela eleição municipal de 2000 é uma pista. Passou por cima da tradição petista de emplacar os vices – o candidato natural da época seria José Fortunatti, que foi para o PDT. Venceu e usou a prefeitura de palanque para o executivo estadual em 2002. Rachou o PT e perdeu merecidamente para Germano Rigotto (PMDB/ RS) pela miopia dos dirigentes locais, que naquela vez quebraram a tradição do Candidato do Consenso para definir o postulante ao Piratini. Com medo de Antônio Britto (PPS/ RS), ainda não sabem como perderam. Vem à mente as contínuas tentativas de colar no Núcleo Duro do governo Lula como algum ministro que apitasse nas decisões. Também não deu, para sorte dele. Hoje esses caras estão na Zona Negativa da política brasileira. Como presidente do PT, tentou limar José Dirceu (a versão paulista de Tarso) das eleições no Diretório Nacional e foi jurado pelo próprio, que ainda manda por lá.
Mais: "Eu confesso que esta é uma idéia que nunca esteve nas minhas prioridades", afirmou Genro. "Mas também não me espanto, já que sou dessa área", acrescentou.
Com todas essas pontes queimadas, sobra uma provável coordenação geral na campanha de Lula. Mas os três ministros do STF estão datados para os próximos meses. Se a candidatura do presidente não decolar, o Supremo é um ótimo lugar para Tarso submergir por alguns anos e fazer como outro gaúcho que se acha esperto, Nelson Jobim, que sairia candidato ao Piratini ou à Alvorada. Ao menos nestes dois cenários, Rigotto fica na reta. E não tem motor para chegar na curva.
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