Visões do Apocalipse Bovino

rigotto

Foto de Marcos Nagelstein/ ZH

Da coluna de Rosane de Oliveira, na Zero Hora (conteúdo para assinantes): "Militantes e detentores de cargos em comissão no governo receberam Rigotto cantando o Hino Nacional e gritando palavras de ordem como "para o Brasil melhorar, em Rigotto vou votar".

O governador atravessou o saguão cumprimentando as pessoas, autografando bandeiras do Brasil e do PMDB e posando para fotos.

Ao agradecer o apoio, disse que o PMDB precisa mostrar um novo caminho para o país e que o Rio Grande do Sul não pode mais permanecer como um Estado coadjuvante no comando do país".

Gostaria de saber como o Brasil não vai tomar o mesmo rumo que o RS se Rigotto for eleito. O RS é um Estado falido. Os problemas econômicos do Estado vêm de longe e todos os governos dos últimos 20 anos têm suas parcelas de culpa. E o maior naco é do PMDB gaúcho.

Quando Pedro Simon venceu as eleições em 1986, o modelo econômico gaúcho era sustentado pelas exportações. Não se tinha um projeto de desenvolvimento interno, criação de renda. Isso é da origem da Estado, paciência. Mas o ponto de transição foi 1986 e o PMDB, que venceu em quase todos os estados da União, perdeu o bonde. Em cinco mandatos desde a redemocratização, governou os gaúchos por três não consecutivos. Teve a chance de renovar a mentalidade bovina e preferiu contemporizar. Não vamos esquecer do governo desastroso de Antônio Britto (ex-PMDB, agora no PPS) e as calamidades tributárias de sua gestão, mas essa é outra história.

Não dá para enxergar um projeto de governo nacional em Germano Rigotto quando o fiador dessa campanha é Pedro Simon, governador eleito em 1986 que reclamava do governo federal e dos problemas naturais de ser um Estado exportador. Em 2006, Rigotto reclama do governo federal e dos problemas naturais de ser um Estado exportador. Vai fazer o quê quando pegar a dívida interna (quase R$ 1 trilhão) do país? Reclamar de Lula é que não dá. O-discurso-não-fecha.

Creative Commons License