Duas coisas

Duas coisas a se ressaltar na recente entrevista do cientista político André Marenco ao clicRBS. A primeira é o desdém do meu ex-professor diante das pretensões eleitorais de Germano Rigotto. A frase escolhida por Marenco, aliás, não poderia ser melhor: "Acho que ele (Rigotto) tem uma avaliação muito ingênua de suas possibilidades eleitorais". No entanto e infelizmente, acho que a chance de que a opinião de Marenco se revele ingênua ao longo deste ano é ainda maior. Povo brasileiro, por favor, me surpreenda nas urnas e dê razão ao acadêmico.

Outro ponto interessante levantado por Marenco é a briga Serra x Alckmin sobre quem vai ser o candidato tucano. Sempre achei que escalar Serra para um segundo embate contra Lula seria um erro grotesco do PSDB – ainda mais tendo pelo menos outros dois nomes com chances. Mas só o que se ouve na imprensa – e também dentro do partido, que deve confirmar a candidatura do prefeito de São Paulo – é que Serra é o candidato ideal. Finalmente alguém discorda. Marenco considera que Alckmin tem maior potencial eleitoral, ainda que a longo prazo, por dois motivos: tem forte apoio do empresariado e a imagem administrativa do governo de São Paulo. E eu acrescentaria o desgaste de Serra, considerado um dos grandes culpados pela eleição de Lula, pelo fraco desempenho durante a corrida eleitoral.

Resumindo, se alguém ouvisse Marenco, Rigotto desistiria da empreitada e o PSDB escolheria Alckmin para a briga. Mas como ninguém ouve cientista político mesmo, vai ser o inverso.

Creative Commons License