2006, o ano dos evangélicos?

O Fala Que eu Te Escuto se tornou o melhor programa político da televisão brasileira. Todas as madrugadas, um político convidado e um debate profundo. Depois de Alckmin, esta noite foi a vez do senador Bispo Marcelo Crivela ser entrevistado. O tema, sintético: por que o povo é tão pobre se o Brasil é tão rico? Faz sentido.

Entrevistado por pastores, o candidato ao governo do Rio de Janeiro falou sobre os projetos como a Fazenda Canaã, definida como uma "zona franca social".

Foi de fazer inveja ao P-Sol:

"O superávit primário é um crime contra o povo, coisa feita para agradar à especulação financeira".

"O Brasil precisa crescer de baixo para cima".

"Temos de baixar o superávit primário e os juros".

"Ninguém aguenta mais a política neoliberal do PSDB."

"Hoje a nossa política econômica é feita para atrair o capital externo e especulativo. Chega dessa dialética de dependência."

"A política econômica é retrógrada. No Brasil, a elite é o rei dos miseráveis. Querem ter tudo sem o povo ter nada."

"Os evangélicos tinham preconceito com a política. Mas a hora é de tomamos os postos"

Juro que ainda não consegui decifrar os objetivos políticos da Igreja Universal. Enquanto a "imprensa séria" fala das prévias do PMDB e da disputa Serra X Alckmin, um fenômeno talvez muito mais importante esteja latejando junto ao povo: a explosão política da igreja evangélica. O discurso está afiado. O contexto é propício. Está mais do que na hora de abrirmos os olhos para o potencial competitivo dos evangélicos na política nacional. 2006 pode ser o ano deles.

Creative Commons License