O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, afirmou hoje que o PT superou a crise política gerada pelas denúncias de caixa 2 e mensalão. "Conseguimos superar essa crise, não sem arranhões e feridas", disse ele durante a gravação do programa Roda Viva, da TV Cultura. A gravação foi transmitida ao vivo pelo Portal Terra e será exibida hoje pela TV Cultura às 22h30.

Entretanto, Berzoini disse que o partido terá que tocar no assunto durante a campanha à presidência. "Para ter viabilidade eleitoral em 2006, o PT não pode ignorar o debate ético, mas não se pode responsabilizar todo o partido pelos erros de alguns", defendeu.

Sobre a indefinição da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, Ricardo Berzoini afirmou que é contra pressionar o presidente para se pronunciar sobre o assunto. "O presidente Lula está com essa dúvida que todo o governante tem. Ele tem uma margem de manobra que é só dele", defendeu, lembrando que nem o PT ou Lula eram a favor da instituição da reeleição no País.

Para Berzoini, o PT terá que trabalhar no debate ético e na divulgação das realizações do governo. "Primeiro vamos trabalhar para lançar candidatura do Lula e depois para realizá-la lidando com a crise. Por outro lado, um balanço do que foi o governo Lula", disse.

Berzoini lembrou ainda que um segundo governo nacional do PT necessita de um salto de qualidade. "O próprio presidente Lula já disse que não vale apenas fazer um segundo mandato por fazer. Senão corre o risco de cometer a mesma mediocridade da segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso", criticou. "Quem tem que apresentar programa de governo é a oposição. O PT tem um pronto junto com seus aliados" – quando o deputado quiser mostrá-lo a quem votou no partido em 2002, eu agradeço –, criticou.

Apesar de acreditar na capacidade do partido de vencer as eleições presidenciais, Berzoini admitiu que as denúncias de corrupção e o caixa 2 interferirão na disputa. "O PT não pode nunca ter a pretensão que vai vencer a eleição por inércia. De fato, sedimentou um pouco as notícias sobre a crise, mas isso não é um dado como se estivesse realizada a questão", afirmou.