Cpi dos Combustíveis
Depois de quase quatro anos ouvindo falar nessa Comissão dos Combustíveis, o relatório aprovado por unanimidade pelos parlamentares foi apresentado pela Assembléia Legislativa do RS. Ao que parece – e ao que todos falavam à boca pequena, com o envolvimento do secretário estadual de Habitação, Alceu Moreira (PMDB/ RS). O secretario não foi indiciado, mas, com dois assessores próximos na mira do texto, as coisas ainda podem se complicar para o ex-prefeito de Osório.
Em matéria publicada no dia 13/ 01 no Jornal Já, corre o texto: "A comitiva não era grande: dois ônibus pulmann, meia dúzia de automóveis e alguns carros da imprensa. Junto à guarita de entrada, foi afixada uma faixa tímida: “O PMDB da região saúda o governador Rigotto e o secretário Alceu Moreira”. Não parecia, mas era uma visita política. Ex-prefeito de Osório e deputado estadual pelo PMDB, o secretário da Habitação Alceu Moreira está sob fogo cruzado de adversários políticos, acusado de envolvimento com a máfia da adulteração dos combustíveis".
CPI finaliza trabalho e indicia sete pessoas, duas delas do governo estadual
Relatório aponta cartel de preços, adulteração de combustíveis e sonegação fiscal
Sete pessoas indiciadas, duas delas integrantes do governo estadual, cartelização de preços, adulteração de combustíveis e sonegação fiscal. Estas são as principais conclusões do relatório da CPI dos Combustíveis da Assembléia Legislativa. O documento, com 341 páginas e 21 volumes anexos contendo a íntegra de 100 depoimentos, foi aprovado, por unanimidade e com três adendos, na manhã desta quinta-feira (23), na última reunião da Comissão, realizada no terceiro andar do Parlamento Estadual.
Agora o relatório da deputada Leila Fetter (PP) será publicado no Diário Oficial da Assembléia e remetido para apreciação do plenário da Casa, do Ministério Público e do governo estadual. A parlamentar sistematizou suas conclusões em três partes: os trabalhos realizados ao longo dos 120 dias das investigação feitas na capital, em Pelotas, em Santa Maria e em Caxias do Sul; síntese dos depoimentos prestados à Comissão e recomendações ao MP e ao governo estadual.
Recomendação
Em adendo ao relatório, o vice-presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira (PT), propôs mudança no critério utilizado pelo governo gaúcho para cobrança do ICMS, sobretudo do álcool. Na maioria dos estados, o cálculo de incidência de ICMS se dá através de uma média ponderada, definida pela Associação Nacional do Petróleo (ANP). No Rio Grande do Sul, porém, a cobrança ampara-se na Margem de Valor Agregado (MVA), cuja incidência do tributo sobre o álcool oscila entre 30% e 32%, valor superior ao ICMS relativo à gasolina. "Finalizamos as atividades com a certeza do dever cumprido, mas também sabemos ser necessário fazer mais, porque este setor movimenta um considerável volume de recursos e para que a população pague preço justo por produtos de boa qualidade", frisou o parlamentar.
Indiciados
Os indiciados no relatório foram responsabilizados por falso testemunho, formação de quadrilha, sonegação fiscal, desacato, injúria, difamação, desobediência e corrupção ativa. O secretário substituto da Secretaria Especial da Habitação e do Desenvolvimento, Humberto Della Pasqua, e José Vitor Pita dos Santos, do mesmo órgão público, também são acusados de crime contra a administração pública. Eles teriam intermediado, através da Secretaria da Fazenda, a instalação de uma distribuidora de álcool no Rio Grande do Sul - a Sercon, que faria parceria com a empresa Roglio, fato que traria prejuízo aos cofres públicos, caso se concretizasse.
Segundo a relatora, há provas de que estes dois servidores receberam propina por esta intermediação - entre R$ 175 mil e R$ 250 mil. Os outros cinco indiciados são: Luís Roglio, proprietário da Transportadora Roglio; Luiz Giani, gerente financeiro da Roglio; Álvaro Mesquita, que intermediava ilegalmente a venda de combustíveis; Leandro de Souza Castro, representante laranja da empresa LDR e Jorge Felipe Goszcynki, sócio da LDR.
O secretário da Habitação, Alceu Moreira, não foi indiciado, embora testemunhas tenham revelado aos deputados da CPI que ele teria conhecimento de tais negociações. O deputado Edson Portilho (PT) ressaltou a relevância do trabalho da Comissão e lamentou os crimes praticados contra o Estado. O parlamentar espera que os indiciados sejam punidos e reafirmou que a CPI deu oportunidade de defesa ao secretário Alceu Moreira.
Fabiano Pereira também observou que, durante as investigações, a Comissão debruçou-se sobre a disparidade nos preços dos combustíveis praticados em diversas cidades gaúchas, sobre adulteração, sonegação fiscal e sobre o crime organizado. "O Rio Grande do Sul tem um dos combustíveis mais caros do País. Aqui no estado, este produto responde por 22% da arrecadação do ICMS", salientou. O deputado também adiantou que as investigações não se encerram com a CPI, mas deverão continuar no Ministério Público, na Secretaria Estadual da Fazenda, na Agência Nacional de Petróleo e na própria Assembléia Legislativa.
As conclusões da CPI apontam para uma grande cartelização das distribuidoras, adulteração e sonegação fiscal de combustíveis. Cerca de 400 municípios gaúchos cobram preços abusivos, sobretudo da gasolina tipo "C". Os preços mais exorbitantes são praticados em Caxias do Sul e em Pelotas. Enquanto a média do preço do litro da gasolina na capital fica em R$ 2,60, nestas duas cidades sobe para R$ 2,90. Anualmente, a sonegação fiscal e a adulteração de produtos lesam os cofres públicos estaduais em cerca de R$ 170 milhões.
Operação Estradeira
A quebra do sigilo telefônico determinada pela Operação Estradeira, do MP, contribuiu para as investigações. De 30 mil ligações telefônicas entre os acusados e indiciados, 26 subsidiaram os trabalhos dos deputados. Estas conversas desmentem afirmações de testemunhas envolvidas e dão conta de um esquema de corrupção intermediado pelo secretário Della Pasqua, o qual visava a instalação de uma distribuidora de álcool no Rio Grande do Sul - a Sercon, que faria parceria com a empresa Roglio.
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