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Agora, o furo é mais embaixo

Agarrada a Francenildo dos Santos Costa e sem esperar a poeira da demissão de Palocci baixar, a oposição começa a colocar em prática a próxima parte do plano: atacar Lula. Um patético ato público em homenagem ao caseiro, realizada hoje de manhã na sede da OAB de São Paulo, terminou com a decisão de formular o pedido de impeachment do presidente. A proposta foi levantada pelo deputado federal Rafael Guerra (PSDB-MG) e ganhou apoio de juristas e, obviamente, de outros deputados do PSDB.

A deputada Zulaiê Cobra Ribeiro (PSDB-SP) e seu apropriado nome foi direta, durante a cerimônia: "Vamos tirar Lula do governo". Mas, desta vez, o furo é mais embaixo, Zulaiê.

Para derrubar Dirceu, bastou a atuação de Roberto Jefferson. Derrubar Palocci não foi nem necessário: ele mesmo assinou a sentença de morte ao pedir a quebra do sigilo de Francenildo. Some aos dois casos o peso de se ter um passado mais sujo do que pau de galinheiro, e a cassação não enfrenta maiores dificuldades.

O argumento para atacar Lula é o de que ele sabia de tudo, mas não será o suficiente. Se o processo de impeachment tiver início, não irá muito longe. Não haverá, na oposição, quantidade suficiente de imbecis a imaginar que existe apoio popular para destituir o presidente. Com os índices de aprovação do governo e a alta intenção de voto em Lula, mostradas pelas pesquisas, tentar derrubar o presidente, a esta altura do campeonato, pode ser um verdadeiro tiro no pé. Maior que o de Palocci. Lula defenestrado na campanha eleitoral é votos a mais. Lula destituído é votos a menos. Óbvio.

PS.: Um conselho ao PSDB: escondam Zulaiê antes que ela ensaie alguma dança qualquer pelo congresso. Não lhe faltam afetação e quilos a mais para protagonizar um espetáculo queima-filme estilo Guadagnin.

Por Gabriel Brust em 30.03.06 às 16:22 - comentários (0)

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