Prisão como Quartel-General

No editorial de ontem, o Estadão defendeu que líderes máximos de organizações criminosas precisam ser isolados de seus quartéis-generais para desestruturar as megarebeliões comandadas por esses chefes de dentro dos presídios.

"Esse tipo de organização só se vence com aquilo que os militares chamam de decapitação. Corte-se a cabeça da víbora e ela morrerá. Isso significa que as lideranças do PCC precisam ser isoladas de seus lugar-tenentes, de seus soldados e de seus simpatizantes. Sem os líderes, essa tropa de malfeitores voltará a ser o que era: punguistas, assaltantes, traficantes - cada qual cuidando de sua vida miserável, sem condições de colocar em risco a própria organização social e a estrutura do Estado. E com tipos assim a polícia sabe tratar."

No editorial de hoje, o Estadão volta a defender não apenas o isolamento desses chefões, mas também total incomunicabilidade com seus bandos de criminosos que comandam:

Daí por que para esse tipo de líder do crime organizado como é o Marcola, do PCC, não basta o Regime Disciplinar Diferenciado que é apenas um castigo extra, com vigência máxima de um ano. É necessário um regime permanente de incomunicabilidade com os bandos de criminosos que comanda hoje, dentro e fora dos presídios. A modificação da legislação atual é uma necessidade tragicamente reafirmada nestes dias em São Paulo. Nesse sentido, traz alento a aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado de um pacote de medidas - entre as quais fixação de responsabilidades no bloqueio de celulares, sistema de videoconferência nos interrogatórios de presos e isolamento de chefes do crime por até 720 dias, renováveis por dois anos e outras medidas - num total de 10, com o mesmo objetivo de decapitar as organizações criminosas.

É o mínimo que o Estado deveria ter feito há muito tempo e por uma incompetência absurda nunca conseguiu realizar. Seriam essas as regalias dos criminosos negociadas com o governo? O Estadão também não engoliu o lero-lero do Lembo-Lembo: "não há como deixar de admitir que só quem teve poder para iniciar a guerra teve para cessá-la".

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