Lei eleitoral = derrota
A Lei eleitoral neste país é uma piada. Dois exemplos que saíram na imprensa hoje:
1) Seguindo a mentalidade bovina brasileira, todo mundo quer ser pobre e acha que é feio ter dinheiro. Os candidatos estão declarando o valor de seus bens muito abaixo do preço de mercado.
A cobertura de Lula em São Bernardo, por exemplo, foi declarada como valendo R$ 189,1 mil, mas as coberturas do prédio, segundo avaliação de imobiliárias, custam de R$ 300 mil a R$ 350 mil. É interessante notar também que, mesmo assim, o patrimônio declarado de Lula ainda é R$ 147 mil maior do que o de Alckmin (cujo bem mais caro, um apartamento no Morumbi, foi declarado como valendo R$ 324 mil - portanto, dentro da avaliação das imobiliárias para o imóvel - de R$ 320 mil a R$ 330 mil).
Cristovam Buarque declarou que o apartamento de quatro quartos que possui em Brasília vale R$ 125 mil, mas as imobiliárias avaliam o imóvel em, no mínimo, R$ 350 mil.
Motivo: a Lei eleitoral exige só que os candidatos entreguem a lista de seus bens, mas não obriga ninguém a colocar o valor real ou a atualizar os valores.
2) VoLLta. Apesar de não ter registrado sua candidatura no TSE, Collor (PRTB-AL), ainda tem duas opções: concorrer à Câmara Federal ou ao Senado. Mas como, depois do prazo? Parece que o ex-presidente colocou um laranja para a disputa da Câmara, que daria lugar a Collor depois; seu verdadeiro interesse é o Senado. Collor estaria aguardando um julgamento do TSE que poderia tornar o atual candidato ao Senado da coligação da qual faz parte o PRTB, Ronaldo Lessa (PDT), inelegível. Se a decisão for desvaforável a Lessa, Collor assume seu lugar e disputa o Senado; caso contrário, se contenta com a Câmara.
Motivo: segundo a Zero Hora, a Lei Eleitoral diz que, "na eleição proporcional, a troca de candidatos é tolerada até o dia 2 de agosto e, na majoritária, até 24 horas antes do pleito."
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