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Vai um Fundopem aí?

Britto assume no Conselho da Braskem

“Vocês podem não acreditar, mas de fato, souberam do convite antes de mim. Só fiquei sabendo ontem”

O ex-governador Antônio Britto, hoje presidente da Azaléia, será o novo conselheiro da Braskem. Seu nome será confirmado na reunião do Conselho de Administração, nesta quinta-feira, 20 de julho.

Por telefone, Britto revelou que foi convidado formalmente ontem (18/07), em Porto Alegre, num encontro com o presidente do Conselho da empresa, Pedro Novis. O JÁ havia antecipado a informação há dois meses, mas o ex-governador negou na ocasião. "Se houve convite, chegou antes em vocês do que em mim", disse ele na época.

Nesta quarta-feira pela manhã, Britto manteve a versão durante o contato telefônico. “Vocês podem não acreditar, mas de fato, souberam do convite antes de mim. Só fiquei sabendo ontem”. O presidente da Azaléia já obteve autorização da empresa para participar das reuniões mensais do Conselho da Braskem, em São Paulo.

A presença de Britto no Conselho deve ser formalizada durante eleição, que acontece nesta quinta-feira, 20 de julho. Outra mudança prevista é na cadeira da Petroquisa. Maria das Graças Foster dará lugar ao novo presidente da Petroquisa, José Lima de Andrade Neto. Assim, Britto vai assumir o posto na próxima assembléia, em agosto.

“A experiência em administração pública e privada e o bom conhecimento sobre a área foram as razões que eles justificaram para a escolha”, conta Britto. Os planos da Braskem para o futuro passam, fundamentalmente, pela petroquímica gaúcha.

De Guilherme Kolling/ Jornal Já

“Há uma preocupação muito grande com o Estado”, observa o ex-governador, que participou da duplicação do Pólo Petroquímico de Triunfo, na década de 90. A escolha de um gaúcho para o conselho é mais uma prova desse interesse da Braskem.

Interesse no Rio Grande do Sul

A Odebrecht sofreu recentemente um revés no Rio Grande do Sul ao ver fracassarem as negociações com a Petrobras, que dariam à Braskem o controle do Pólo Petroquímico de Triunfo. A empresa divide o controle da Copesul com a Ipiranga, com quem Britto tem um bom relacionamento.

Uma das interpretações correntes no meio petroquímico é de que a indicação de Britto seria um primeiro passo visando, num segundo momento, a sucessão na Copesul. O principal argumento a favor dessa tese é o precedente.

Há 14 anos no cargo, o atual superintendente, Luiz Fernando Cirne Lima, alcançou o comando da Copesul pelo mesmo caminho: foi inicialmente contratado pela Odebrecht para representá-la no Rio Grande do Sul no período de transição, antes da privatização, quando o grupo baiano precisava de um nome de credibilidade para recuperar sua imagem, bastante desgastada no Estado.

Depois, quando houve a privatização, que passou o controle da Copesul para a Braskem e a Ipiranga, ambos os controladores concordaram com a ida de Cirne Lima para a superintendência.

Por Rodrigo Alvares em 20.07.06 às 18:29 - comentários (1)

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