Quarto Poder, claro
Aos poucos, a própria mídia trata de implodir suas agendas secretas. Da Carta Capital dessa semana: "As fotos da confraternização política de Serra com três próceres da máfia das ambulâncias foram conseguidas por correligionários do PT e, em seguida, repassadas para assessores do partido no Congresso Nacional. Na sexta-feira passada, pelo menos três jornais de grande circulação tinham o material, mas não o publicaram nas edições de fim de semana. O primeiro a fazê-lo foi a Folha de S. Paulo, na quinta-feira 3, mesmo assim, com cautela. Nada na primeira página e, internamente, uma chamada complexa: “Petista defende que CPI convoque Serra; vice do tucano aponta ‘tática desonesta’”. Na única foto usada na matéria [reproduzida abaixo], Serra não aparece, mas apenas as ambulâncias com a faixa de gratidão ao ministro".
A imprensa derrubou Severino Cavalcanti quando quis. O próprio deputado afirmou, em entrevista dada à Folha quando foi eleito presidente da Câmara, em março de 2005, “que tinha muito deputado que só votava depois de um dinheirinho extra, coisa de R$ 30 mil”. O dinheirinho era o caso do Mensalão, que só estourou quando Roberto Jefferson viu que estava completamente enrascado e chamou a mídia para o resgate.
A Veja nunca mais falou das denúncias que recebeu em setembro de 2005 de Daniel Dantas. Investigou durante seis meses as denúncias que o empresário fez para se defender de processos aqui e nos EUA, e, coincidentemente, publicou a matéria falando da barriga que tomou do baiano quando começou o ano, logo depois do carnaval. Mas lavou as mãos e disse que a lista era de inteira responsabilidade de Dantas. Se é assim que funciona, devia ter publicado a lista logo que a recebeu. Não faria a menor diferença para as pessoas. Mas para a revista e Daniel Dantas, faria.
Semanas atrás, Elio Gaspari escreveu que existiria um Plano B para evitar a reeleição de Lula. Ele envolveria novas acusações – dessa vez muito mais contundentes – em relação ao assassinato do prefeito de Santo André. As informações estão à solta. É tudo uma questão de tempo.
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