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Entrevista Exclusiva com Bin Laden

Juremir Machado da Silva

Cinco anos do 11 de setembro. Segundo a mídia, que adora situações definitivas, cinco anos do atentado que mudou o mundo , ainda que boa gente parte do mundo não se dê conta disso. Resolvi ir direto à fonte par saber suas impressões sobre os fatídicos últimos cinco anos. Obtive uma exclusiva com Bin Laden. Não foi difícil. Bastou um pouco de imaginação. O homem está escondido no ciberespaço. Mata parte do tempo vendo filmes americanos. É fã do Woody Allen, com o qual partilha a mesma angústia em relação ao sentido da vida.O resto do tempo se divide entre CNN e Al Jazeera. A clandestinidade impede-o de fazer as longas caminhadas de antigamente, quando ia do Afeganistão ao Paquistão a pé só para manter a forma e refletir. Hoje, para manter a barriguinha sarada e o corpinho esbelto, faz esteira.mas acha terrivelmente chato. Atualmente, faz isso olhando, na Globo Internacional, "Páginas da vida". Lamenta não poder ver nosso horário eleitoral.

Fui direto ao assunto: por que ter destruído as torres gêmeas? A resposta foi um verdadeiro manifesto:

"Era uma questão estética. procuramos derrubar o que havia de pior na arquitetura pós-moderna. Além disso, o nosso marqueteiro nos convenceu de que precisávamos criar um acontecimento bombástico".

E os inocentes que morreram?

"Ninguém é inocente até prova em contrário, ao menos é o que pude aprender com os governos Collor, FHC e Lulla".

Mas o senhor não previu as conseqüências?

"Na verdade, eu não sabia de nada Fui traído pelos companheiros que me cercavam. Eu achava que só setávamos fazendo o que todo mundo faz, um pouco de terrorismo em nome do bem contra o mal, caixa dois e alguma encenação".

Como o senhor queria que acabasse?

"Achava que tudo ia acabar em pizza, claro".

Algumas revelações importantes: cercado pelos americanos nas montanhas de Tora-Bora, Bin Laden escapou, sem lenço nem documento, caminhando contra o vento, ao sol de quase dezembro, disfarçado de Caetano Veloso. Estava pra lá de Bagdá. Pretendia até se refugiar no Brasil:

"Só não fui para o Brasil porque nunca aprendi a rodar a baiana. Recebi um convite para ser consultor do PCC, mas tive medo do risco Brasil.Era violência demais, falta de garantia de cumprimento de contatos e muita esculhambação. Sofro de síndrome do pânico. Só de pensar em bala perdida, começo a tremer. Também não ia suportar da turma do Casseta, fila do INSS e corrupção generalizada. Eu sou fanático por valores, sabe?"

Espantado com o conhecimento de Bin Laden sobre o nosso país, resolvo provocar um pouco: o que o senhor destruiria no Brasil? A resposta é desconcertante:

"Bem, o essencial lá já está por terra, ou seja, o cinema, a literatura, a política e o futebol. Faz tempo que que as torres gêmeas brasileiras, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldinho Fenômeno, não saem do chão. Mas o que eu gostaria mesmo de destruir é a Regina Duarte em ‘Páginas da vida’. Eu seria bem capaz de jogar um avião em cima do Projac só para acabar com essa tortura. Um povo que se submete a isso nunca será capaz de explodir o centro do poder para se libertar”.

Questiono Bin Laden mais sobre Brasília. Ele confessa que um atentado em Brasília teria de ser feito numa quarta-feira. Mas garante que não gastaria nem avião com chimango. Tento saber como ele faz para não ser descoberto pelos Estados Unidos. Bin Laden nem disfarça:

“Fiz um acordo com o Bush. Entreguei o Saddam no meu lugar. Eu vou abrir o jogo: o 11 de setembro foi feito com o patrocínio de Hollywood. Era para ser parte de um filme do Mel Gibson. Mas o pessoal exagerou e ficou realista demais. Ou vocês acham que alguém ia se explodir só por causa de umas virgens no paraíso? O pessoal queria algo muito mais atual e importante, virar celebridade. Resumindo, o 11 de setembro foi uma denúncia de Hollywood contra a sociedade do espetáculo. O resto é pura teoria da conspiração.”

Mas vocês pretendiam jogar um avião em cima da Casa Branca, não?

“Ora, era só para obter um efeito ainda mais espetacular, uma cena que nem Glauber Rocha imaginaria”.

O mundo mudou depois do 11 de setembro de 2001?

“O meu mundo mudou bastante. Agora, estou muito mais caseiro”.

A entrevista foi feita por e-mail. Bin Laden me fez uma única pergunta:

“Por que você não está no Orkut?”

(Correio do Povo)

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