Esvazialdo à gaúcha
No que depender dos parlamentares gaúchos, Aldo Rebelo (PCdoB) pode começar a limpar suas gavetas na sala da presidência da Câmara dos Deputados. Embora fontes ligadas ao PT confirmem que o deputado Henrique Fontana seja contra o lançamento de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à disputa com o comunista, o que supostamente dividiria a base governista. Como o paulista é da cota de José Dirceu (PT-SP), é levado em conta que sua eleição seria um desastre para a imagem externa do PT.
Institucionalização foi a palavra de ordem na reunião. Argumentos desligitimizaram a presidência de Aldo em decorrência da renúncia de Severino Cavalcanti (PP-PE). Pregavam que o processo deveria ser normalizado através da substituição do comunista, que exercera um mandato-tampão.
Meu cérebro de minhoca não conseguiu parar de lembrar que boa parte destes mesmos deputados regozijaram na ascensão e queda do pernambucano. Cada um deles com sua parcela de culpa pela situação desmoralizadora que a Câmara passa, mas discutiam como se recém tivessem subido no bonde.
Em um clima de grêmio estudantil, os deputados reuniram-se no Hotel Embaixador com o objetivo aparentemente traçado: esvaziar a candidatura de Aldo Rebelo, que há poucas semanas tinha o apoio incondicional da base governista. Tinha. Isso ficou claro enquanto os parlamentares trocavam figurinhas para esperar Chinaglia, que se atrasou por conta das comemorações de apoio do PMDB à sua candidatura ontem à noite.
Os peemedebistas trataram de alijar o principal cabo eleitoral de Aldo, o presidente Lula, da discussão. Como não concorrerá em 2010, nada melhor para o partido do que receber os holofotes no plenário a partir de 2009. Na opinião deles, a melhor solução para Lula seria forçar a desistência de Aldo.
O deputado Osmar Terra (PMDB-RS) não poderia ter sido mais claro: "É a solução que temos para ficarmos com a presidência da Câmara no próximo biênio. Mesmo que o Aldo pudesse fazer alguma coisa, ele não tem bancada". O poderio bélico também fez parte do repertório de Eliseu Padilha (PMDB-RS). Ele ressaltou a importância da quantidade de canhões que cada "general" teria à disposição.
O eterno derrotado à prefeitura de Porto Alegre Mendes Ribeiro Filho (PMDB) conclamou a obrigatoriedade da candidatura única de Chinaglia para recuperar uma nesga de respaldo ético à Casa. Os pepistas estavam encolhidos. Vilson Covatti resmungava que "eles tomam a decisão e acabam levando a gente junto". Taciturno, o ex-secretário de Segurança José Otávio Germano se resignava a jorrar Sorine no nariz.
O PSDB precisa aparar algumas arestas, mas Júlio Redecker não só confirmou a tendência de que os tucanos apoiarão Chinaglia como já têm nome para ocupar a Mesa Diretora da Casa: o deputado Márcio Rodrigues (MG) . Dentro de toda a pantomima, entrou por último o deputado Sérgio Moraes (PTB). Acompanhado da mulher, começou a proferir palavras de ordem contra - adivinhe: "A imprensa faz um massacre dos candidatos". Quando ia continuar, Chinaglia chegou.
Depois receber todos os tapinhas nas costas, o petista - e os outros - tiveram que ouvir da célebre excelência: Ainda bem que a imprensa que está aqui (e apontava para todos os jornalistas) não vai publicar nada do que falei. Falou que assiste às críticas da Hebe e do Datena. Jurou que vai pedir direito de resposta nos dois programas e ainda reclamou dos salários dos apresentadores. "O maior poder deste país é a imprensa. E quero ver alguém publicar isso que estou falando em algum jornal", completou.
Tanta besteira não cabe em papel impresso, deputado, mas não por falta de opção. Felizmente, temos a internet para isso: saber com todas as palavras o que passa pela garganta das excelências nas quais os brasileiros são obrigados a eleger. Do lado de fora do hotel, um carro com o adesivo do deputado Vilson Covatti estava estacionado - ainda assim, em local proibido - na calçada, assim como os que tinham decalques de Ruy Pauletti (PSDB) e Maria do Rosário (PT). O motorista de Adão Villaverde contou que o último carro da fila ele mesmo havia estacionado no meio-fio.
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