A Nova Corja

Esvazialdo à gaúcha | Home | Chama o Zé para resolver

Mondo adevocatóide

Nada mais fácil no Brasil do que institucionalizar a demência. Foi o tucanês na era FHC, foi/é o "não-sei-de-nada, não-fui-eu, nego-tudo" na era Lula e será eternamente a mania dos dotô adevogado em qualquer lugar do Bananão que se vá.

O procurador de Justiça Antonio de Pádua Bertone Pereira assumiu ontem o cargo de corregedor-geral do Ministério Público de São Paulo. Seu salário: R$ 55 mil reais. Pereira não acha justo ganhar o que ganha, mas tem uma desculpa demente na ponta da língua:

"Evidente (que não é justo), eu seria um insensível se eu dissesse que é, mas acontece o seguinte: existe uma decisão judicial."

Algo do tipo: "claro que não é lá muito aconselhável roubar, mas se todo mundo rouba, por que eu também não posso?". "Claro que é não é ético empregar parentes em cargos públicos, mas se não tem lei proibindo, por que não?".

O mais interessante é que foi o próprio Pereira que entrou na Justiça pedindo a incorporação de 100% de uma gratificação que recebeu quando trabalhou no Palácio dos Bandeirantes durante o governo Fleury Filho (1991-1994).

Se for levar o argumento ao extremo, Pereira não deixa de estar certo. O problema é que esse mesmo tipo de argumento é usado todo dia para não se fazer nada a respeito da bandalheira que é a Justiça brasileira: "cometer crime ambiental é mais grave do que matar uma pessoa? Ah, normal, é culpa dos legisladores." "Um processo na Justiça brasileira pode demorar até 30 anos? Ah, é assim mesmo, precisamos garantir o mais amplo direito de defesa".

No meio da mais completa demência jurídica aliada à mais completa demência legislativa e executiva, jamais será possível saber se existe algum sentido em algum lugar.

Por Walter Valdevino em 11.01.07 às 11:46 - comentários (8)

Contato

Arquivos

Categorias

Notícias

Partidos