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Yeda Bisol

Uma das coisas mais tristes do governo petista de Olívio Dutra no RS foi a passagem do senhor José Paulo Bisol pela Secretaria de Segurança Pública. Em questão de semanas, Bisol conseguiu perder completamente o controle sobre a Brigada Militar e sobre a Polícia Civil. Uma de suas medidas revolucionárias para melhorar a segurança pública no estado foi trocar os coturnos dos policiais militares por sapatos. Sabe como é, coturno é uma coisa muito militar, passa agressividade, nada bom segundo aquele filósofo careca francês nos ensinou... Demonstração de força e autoridade? Nada a ver com a polícia...

A governadora do RS, Yeda Crusius, tem que tomar cuidado para não virar o Bisol.

Após um assalto a uma agência do Itaú ontem em Porto Alegre, os seis assaltantes foram perseguidos por uma viatura da Brigada Militar. Acabaram batendo o carro e trocando tiros com os policiais. Saldo: 3 bandidos feridos e três mortos. Só esta semana já foram 7 os bandidos mortos pela polícia: esses três de ontem, outros dois na quarta-feira numa perseguição em Portão, no Vale do Sinos, e outros dois na terça-feira, mortos pela Polícia Rodoviária Federal (que, portanto, não tem nada a ver com o governo do RS) na entrada de Porto Alegre. Todos foram mortos porque fugiram e atiraram contra a polícia.

É óbvio que ninguém quer tiroteio todo dia no RS, mesmo porque provavelmente só a consciência dos policiais é que pode dizer se eles agiram dentro dos protocolos ou se foi simplesmente sorte nenhuma pessoa “externa” ter sido atingida por alguma bala perdida. Yeda Crusius tem razão em se preocupar com isso, mas simplesmente não pode sair por aí dizendo que a prioridade é prender os bandidos vivos - o que é certo - e que, portanto - agora vem a merda... -, “a questão é que parte do corpo deve ser atingida.”

A lista do armamento apreendido com os assaltantes do banco Itaú ontem: seis pistolas, uma submetralhadora Uzi, uma espingarda calibre 12, dois revólveres calibre 38.

Segundo a lógica da desgovernadora, cada policial deve pensar assim: “Ah, eles estão atirando em mim com uma Uzi e uma 12, mas eu preciso mirar na perna, preciso mirar na perna, na peeerna...”.

Menos Bisol, Yeda. Por favor.

Por Walter Valdevino em 20.01.07 às 14:06 - comentários (16)

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