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Depois do carnaval, guarde sua máscara do Chávez

O governo está prontinho para entregar ao Congresso o texto com as sugestões para a reforma política que deve dar mais envergadura a Lula para ele não se sentir tão diminuído em relação às vocações democráticas de Hugo Chávez. O documento propõe a regularização de plebiscitos e referendos para que suas convocações passem alheias ao crivo do Legislativo. Ele seria encaminhado hoje ao Congresso, mas com a visita de Evo Morales devem ter ficado com vergonha e adiaram a entrega para depois do carnaval.

Com os presidentes que temos nas respectivas Casas - Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Renan Calheiros (PMDB-AL) -, o projeto do Executivo deve entrar logo na pauta do dia, ao estilo da emenda da reeleição FHC, votada na surdina em 1996. Por sinal, a única reeleição que deve ser cortada, segundo o projeto, é para os senadores.

Nisso eu concordo. Conheço um que ficou 16 anos por lá sem fazer porra alguma e virou prefeito de Porto Alegre também sem se esforçar muito. Claro que o fim da reeleição para cargos executivos não foi citada.

Lula vai conseguir pôr em prática o que sempre quis: governar sem dar satisfações ao Congresso. Ele tentou isso no primeiro mandato e levou o Mensalão. Para o segundo, deve conseguir se superar: entre outras medidas o projeto prevê o recall de candidatos eleitos que não atingiram a meta prometida em campanha.

Não adianta, se tem duas idéias que precisam ser abandonadas por uns bons 20 anos são o uso de plebiscitos e referendos e instalar o Parlamentarismo. Não dá, é muita bananice: troca de governo a cada 10 meses. Mas ao menos temos Lula e PT para nos salvarmos da instabilidade institucional.

O texto propõe mais algumas coisas do interesse de todos. Executivo e Legislativo, digo:

1) Financiamento público ou misto (público e privado) de campanhas;

"O Caixa 2 é uma prática brasileira que precisa acabar". Acabou. Em 2006, foi o Caixa 3. Agora vão inventar o Caixa 4. Brasileiro não desiste nunca

2) Votação em lista fechada – modelo no qual os eleitores votam em partidos, não em pessoas, elegendo os candidatos que estiverem nas primeiras colocações de uma lista elaborada previamente pelas cúpulas partidárias

Podemos confiar nos partidos. Eles têm ótimos quadros. Delúbio Soares até queria se candidatar a deputado federal pelo PT de Goiás em 2006

Por Rodrigo Alvares em 14.02.07 às 17:12 - comentários (10)

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