A Nova Corja

Leitoa e mandioca | Home | Que Papa coisa nenhuma

République bananière

Após intensa campanha pela candidata socialista à presidência da França, Ségolène Royal - aquela que convidou o José Odeio-Big-Mac Bové para "estudar" a globalização e a "segurança alimentar" -, o filó$ofo Bernard-Henri Lévy aproveitou a ida a Porto Alegre para uma conferência no ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento para dar uma esticadinha até Brasília (matéria da Folha abaixo).

Motivo da visita: encontrar com seu amigo italiano Cesare Battisti, terrorista que fez parte do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), ligado às Brigadas Vermelhas.

Battisti, como postei aqui, foi preso no Rio de Janeiro em março, depois de anos fugindo da polícia italiana. O italiano foi condenado em seu país por 4 assassinatos e passou uma temporada na França, depois que François Mitterrand resolveu dar abrigo a todo o pessual da revolu$ão.

Lévy deve estar tentando se redimir perante Marx, já que ouvi dizer que o esquerdismo aparentemente moderado do filó$ofo não agradou ao petismo olívio-dutriano porto-alegrense. Lévy não criticou suficientemente o Império do Mal, decepcionando o público comuna gaúcho em sua palestra na terça-feira.

Por isso Lévy não se limitou somente à visita ao amigão. Foi fazer um lobbyzinho com o Ministro da Justiça, Tarso Genro, em defesa da não-extradição de Battisti. Se o Bananão chutar o terrorista, é prisão perpétua na Itália. Melhor ficar por aqui mesmo e ser liberado depois de alguns poucos anos no xilindró. Tarso não pareceu se comover muito, apenas disse que a decisão é do STF e que a Polícia Federal simplesmente cumpriu uma ordem internacional de prisão.

Alguém tem que dizer para o Lévy que não precisa se prestar a essas coisas. Se depender da Justi$a bananística, vai ficar tudo numa boa.

Folha de S. Paulo

São Paulo, quinta-feira, 10 de maio de 2007

NO BRASIL

Lévy faz lobby com Tarso pela não-extradição de Battisti

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Filósofo mais polêmico da atualidade na França, Bernard-Henri Lévy fez lobby em audiência ontem com o ministro Tarso Genro (Justiça) pela não-extradição de um ex-terrorista italiano e criticou o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Disse que Chávez tem discurso "anti-semita" e estilo "antiamericano provocador".
Amigo do italiano Cesare Battisti, que está preso na Polícia Federal, o filósofo disse ser "muito séria" a "hipótese de inocência" do ex-terrorista ligado ao grupo Brigadas Vermelhas. Battisti é acusado de participar de quatro assassinatos e a Itália pede sua extradição.
O filosofo disse que visitaria Battisti -que viveu por 20 anos na França na época em que a legislação do país permitia o abrigo de ex-terroristas- para "levantar o moral" do amigo.
Tarso disse que o STF (Supremo Tribunal Federal) se manifestaria a respeito da extradição e que a PF cumpriu apenas uma ordem internacional de prisão.
Ao falar dos governos Lula e Chávez, o filósofo disse que os dois "são diferentes". Afirmou que o petista faz um governo republicano, de esquerda, e vende esperança sem messianismo. "Lula não sonha com poder pessoal", disse Lévy. "Lula não é anti-semita e não recorre ao "antiamericanismo provocador de Chávez." O filósofo afirmou que a recente quebra de patente de um remédio de combate à Aids foi discutida durante anos e feita sem irresponsabilidade política e econômica. Ele elogiou ainda programas sociais do petista.

Por Walter Valdevino em 10.05.07 às 15:00 - comentários (8)

Contato

Arquivos

Categorias

Notícias

Partidos